Álvaro Vargas
Em mensagem significativa durante a XXII Conferência Estadual Espírita do Paraná (14/março/2020) o palestrante Divaldo Pereira Franco mencionou a pandemia que nos assola, no momento, como um recurso drástico e necessário, para evitarmos uma guerra nuclear de grandes proporções. Sabemos que a Divindade não necessita do mal para fazer o bem, mas permite que ocorra, quando necessário, para evitar um mal ainda maior. Assim, embora os efeitos dolorosos da pandemia que ocorre no momento, as considerações do médium baiano são coerentes com a nossa realidade. Deus não criou as pandemias, que ocorrem de tempos em tempos, e tem a sua origem relacionada com as vibrações mentais inferiores de nossa sociedade belicosa e egoísta, provocando mutações nos vírus que causam essas enfermidades. Sobre o momento atual, Jesus nos advertiu sobre os tormentos que vivenciaríamos conforme o seu sermão profético (Mateus, 24) e permitiu mais tarde que o discípulo muito amado, João, em seu “Apocalipse”, descrevesse em detalhes as transformações que estão ocorrendo e as suas causas.
Nas últimas décadas, como necessidade de nossa sociedade se conduzir de acordo com os ensinamentos de Jesus, diversos espíritos, através de médiuns, têm nos alertados sobre acontecimentos dolorosos, provocados pelas nossas ações. Ainda em época recuada, no mundo espiritual, quando Jesus recebeu o apóstolo Paulo e demais cristãos que haviam sido martirizados no circo romano, ele alertou: “Exausto de receber os fluidos venenosos da ignomínia e da iniquidade de seus habitantes, o próprio planeta protestará contra a impenitência dos homens, rasgando as entranhas em dolorosos cataclismas” (Emmanuel e Chico Xavier, Há 2000 anos). De fato, as guerras sempre estiveram presentes durante a nossa trajetória evolutiva, mas hoje temos um arsenal nuclear capaz de provocar um extermínio de grandes proporções, e se não houver mudanças significativas no comportamento humano, o catalizador da transformação moral do planeta, poderá ser a dor (pandemias e cataclismas).
Sobre a dureza de nossos corações, o espírito Emmanuel (Emmanuel, Chico Xavier) cita que “A guerra é inevitável… Os povos, em virtude da organização de suas leis, têm necessidade de deflagração dos movimentos bélicos. A destruição lhes é necessária”. E, em diversas ocasiões, Chico Xavier mencionou a possibilidade de um conflito nuclear “A luta será gigantesca; vereis homem contra homem, nação contra nação. A guerra, este pavoroso gênio do extermínio, alargará todas as suas possibilidades de destruição e suas vozes aterradoras anunciarão outros flagelos, decorrentes de sua ação corrosiva, mas necessária” (Palavras Sublimes, Bittencourt Sampaio & Chico Xavier). Várias regiões poderiam ser afetadas, principalmente a Europa devido ao seu carma doloroso “Condenada pelas sentenças irrevogáveis de seus erros sociais e políticos, a superioridade europeia desaparecerá para sempre, como o Império Romano” (Emmanuel, Chico Xavier). Não existe um fatalismo e podemos modificar o nosso destino conforme as atitudes que tomarmos.
O Espiritismo esclarece que estamos vivendo a fase final da transição planetária iniciada há mais de 200 anos, em que se processa a seleção dos espíritos que poderão continuar reencarnando neste planeta (Bem-aventurados os mansos e pacíficos porque herdarão a Terra) e aqueles que serão transferidos para um planeta primitivo ou equivalente a Terra no estágio atual. Embora, sem uma data limite para se encerrar, até o final deste século a maior parte da “higienização moral” da Terra estará concluída. Portanto, devemos compreender que a atual Pandemia, que tanto sofrimento vem causando, a semelhança do Tsunami que assolou a Ásia há alguns anos, desperta pela dor a solidariedade entre os povos e afasta o mostro da guerra que de outra forma poderia provocar sofrimentos maiores com um grande atraso no processo evolutivo de toda a humanidade.
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Alvaro Vargas, engenheiro agrônomo, Ph.D., presidente da USE-Piracicaba, palestrante e radialista espírita