Levantamento – População pode enviar frases para Dicionário de Expressões Machistas

Quem nunca ouviu frases do tipo “mulher no volante, perigo constante!”, “coisa de mulherzinha”, “lugar de mulher é na cozinha”? Presentes no vocabulário popular e muitas vezes propagadas aos quatro cantos com pouco ou nenhum cuidado sobre os reais significados a elas subjacentes, são frases como essas devem figurar no “Dicionário de expressões machistas”, proposto pela Procuradoria Especial da Mulher da Câmara Municipal de Piracicaba, atualmente coordenada pela vereadora Ana Pavão (PL), Procuradora Especial da Mulher, e que tem como Procuradoras Adjuntas as vereadoras Rai de Almeida (PT), Silvia Morales (PV), do mandato coletivo A Cidade é Sua, e Alessandra Bellucci (Republicanos).

“A ideia é gerar a reflexão e sensibilizar as pessoas sobre as frases e ditos populares, arraigados na cultura, mas que acabam reforçando o machismo historicamente existente na sociedade”, explica Silvia Morales (PV), cujo gabinete foi o propositor da criação do dicionário em uma reunião com entidades ligadas à Rede de Atendimento e Proteção às Mulheres de Piracicaba, realizada em janeiro deste ano.

Para coletar as frases que comporão o dicionário, a partir desta quinta-feira (30), um formulário eletrônico possibilitará a qualquer pessoa enviar exemplos de expressões com teor machista. O formulário ficará disponível para preenchimento até o dia 30 de setembro, e o material coletado será compilado e lançado em formato on-line, em novembro, nas atividades dos “21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres”.

Ana Pavão destaca que “o dicionário buscará estimular o combate ao preconceito enraizado na sociedade e a desconstrução do estigma imposto às mulheres em vários contextos” e lembra que frases um dia tomadas socialmente como cômicas, na verdade, tentam inferiorizar as mulheres em relação aos homens, “algo que certamente não é verdade”, disse.

Segundo a Procuradora Especial da Mulher, um ofício solicitando a inclusão de um ícone para o formulário, no site da Câmara, foi encaminhado à apreciação pela Presidência do Legislativo. “É uma forma de tentarmos dar mais visibilidade a esse processo de coleta”, falou Ana Pavão.

“O link para o formulário também será disponibilizado no Instagram da Procuradoria Especial da Mulher e será igualmente divulgado por meio de listas de transmissão em aplicativos de mensagem. É um formulário muito simples, que não exige o preenchimento de nenhum dado obrigatório. A pessoa, se quiser, pode colocar o seu nome, o bairro, o gênero, e escrever até três frases ou expressões que considere machistas. Caso tenha mais sugestões, ela pode também poderá enviá-las diretamente ao e-mail da Procuradoria Especial da Mulher”, explicou Silvia Morales.

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