Alvaro Vargas
Jesus Cristo coordenou a criação do planeta Terra há 4,5 bilhões de anos. Como parte de sua preparação para a revelação de sua Boa Nova a Humanidade, ele enviou vários missionários para que a sua mensagem fosse mais bem assimilada. Entre eles, Sócrates, que ensinou nas praças públicas o formoso ideal da fraternidade e lançou as sementes da maioridade espiritual da Terra. Essa prática do bem seria, posteriormente, ensinada e exemplificada pelo Mestre Nazareno, que sintetizou toda a sua doutrina em “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo” (Mateus 22:37-39). O Espírito Humberto de Campos (XAVIER, F. C. Crônicas de Além-túmulo, cap. 25), ao entrevistar Sócrates na erraticidade, perguntou sobre o trabalho de seus discípulos, após a sua condenação à morte. Sócrates respondeu-lhe que “é de lamentar as observações mal avisadas de Xenofonte, e lamentando-me, igualmente, que Platão, não obstante, a sua coragem e o seu heroísmo, não haja representado fielmente a minha palavra junto dos nossos contemporâneos e dos nossos pósteros. A História admirou na sua Apologia os discursos sábios e bem-feitos, mas a minha palavra não entoaria ladainhas laudatórias aos políticos da época e nem se desviaria para as afirmações dogmáticas no terreno metafísico. Vivi com a minha verdade para morrer com ela”.
O Espírito Emmanuel (XAVIER, F. C. A Caminho da Luz, cap. 10) cita que: “de todas as grandes figuras do passado, somos compelidos a destacar a grandiosa figura de Sócrates. Superior a Anaxágoras, seu mestre, como também imperfeitamente interpretado pelos seus três discípulos mais famosos. Esse grande filósofo está aureolado pelas mais divinas claridades espirituais, no curso de todos os séculos planetários. Sua existência, em algumas circunstâncias, aproxima-se da exemplificação do próprio Cristo. Sua palavra confundiu todos os espíritos mesquinhos da época e fez desabrochar florações novas de sentimento e cultura na alma sedenta da mocidade. Nas praças públicas, ensinou à infância e à juventude o formoso ideal da fraternidade e da prática do bem, lançando as sementes generosas da solidariedade das gerações que se seguiram. Mas Atenas, como cérebro do mundo de então, apesar do seu vasto progresso, não conseguiu suportar a lição avançada do grande mensageiro de Jesus. Sócrates foi acusado de perverter os jovens atenienses, instilando-lhes o veneno da liberdade nos corações. Preso e humilhado, seu espírito generoso não se acovardou diante das provas. Consciente da missão que trazia, recusou fugir do próprio cárcere, cujas portas se lhe abriram às ocultas pela generosidade de alguns juízes, alçando-se de novo aos planos espirituais superiores, onde o aguardava a bênção de Jesus”.
Entretanto, os Espíritos superiores não colaboram com a nossa evolução apenas quando estão reencarnados entre nós. Jesus só esteve conosco em corpo físico uma vez, o suficiente para nos legar os seus ensinamentos. Ele permanece no plano espiritual conduzido o destino de nosso orbe. Vários Espíritos sob a sua orientação também têm contribuído significativamente na difusão da sua Boa Nova, como Santo Agostinho, São Luís (guia espiritual da França), Paulo (o apóstolo), Platão, João (o evangelista), Simeão (que conheceu Jesus recém nascido), São Vicente de Paulo, que, através de médiuns, trabalharam com Allan Kardec (Livro dos Espíritos) na codificação do Espiritismo. Devido a sua humildade, eles raramente se revelam e, quando o fazem, atuam discretamente, respeitando os limites de nosso livre arbítrio. É o caso de Sócrates, que ainda no início da difusão do cristianismo, sem revelar o seu nome, fez uma preleção em grego clássico para uma assembleia em Éfeso, através da psicofonia mediúnica do apóstolo João (NETO, G. L. Inácio de Antioquia, pelo Espírito Theophorus. Segunda Parte, cap. 22).
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Alvaro Vargas, engenheiro agrônomo-Ph.D., presidente da USE-Piracicaba, palestrante e radialista espírita