Oficinas de pinturas de rosto com utilização de raízes, materiais orgânicos e temperos; workshop de tranças africanas, contação de história sobre a boneca abayomi, palestra sobre racismo e a cultura africana, exibição de filmes sobre a temática, workshop de turbantes e oficina de feltro foram as ações realizadas pela Coordenadoria da Cultura em novembro para celebrar a Consciência Negra.
O Dia da Consciência Negra – 20 de novembro – oficializado por uma lei de 2011, foi escolhido para homenagear Zumbi, o líder do Quilombo de Palmares, que morreu nesse dia, em 1695. A proposta de criação da data é também promover ações que divulguem a cultura de matrizes africanas e suas contribuições para a formação do país.
“As culturas africana e afro-brasileira são muito ricas, e muitas vezes não sabemos que determinadas ações e saberes do nosso dia a dia são vertentes destas culturas. Pensamos em promover as ações para dar visibilidade à cultura afro que nos influencia, além de trabalhar o antirracismo,” comenta o coordenador de Cultura, Ivan Teixeira.
O coordenador destacou ainda que o estudo sobre a história e cultura afro-Brasileira e africana também faz parte de um processo de luta pela superação do racismo e desigualdade. “São ações que ajudam a impulsionar grandes mudanças na escola e na sociedade, fazendo com que as crianças reflitam desde cedo sobre a discriminação racial, a diversidade étnica, gerando debates, estimulando valores e comportamentos de respeito e solidariedade com outras culturas”.
OFICINAS – O uso de raízes, materiais orgânicos e temperos como o coloral, açafrão, urucum, de forma a orientar os participantes o significado das pinturas faciais foi tema de uma das oficinas; já o workshop de tranças africanas, realizada com os alunos, abordou as técnicas utilizadas e o significado de cada trança, que são utilizadas por mulheres e homens.
A contação de história foi sobre a boneca abayomi, criada para as crianças, jovens e adultos na época da escravidão. As mulheres negras as confeccionavam com pedaços de suas saias, único tecido encontrado nos navios negreiros, para acalmar e trazer alegria para todos. A ação educativa contou com a introdução histórica dos fatos e os alunos confeccionaram suas próprias bonecas, cada um utilizando os materiais disponibilizados.
A agente cultural Mayra Camargo realizou palestra sobre o racismo e a cultura africana e suas influências. Foi uma conversa descontraída com música, rimas e relatos emocionantes da vida e das ações que ela desenvolve na sua comunidade em Piracicaba.
Os alunos também assistiram aos filmes disponibilizados por meio do Ponto MIS – São Pedro: Selma – Uma Luta pela Igualdade e Infiltrados na Klan, que foram exibidos aos alunos do ensino médio da rede pública de São Pedro e Águas de São Pedro.
A terapeuta holística e pesquisadora das tradições afro-descentes Maria Claudina Lourenço realizou o workshop de turbantes na Praça Santa Cruz. Cidadãos que passavam pela praça puderam participar e cada um teve seu turbante único, ao som de atabaques e com cantigas africanas. Cada momento foi especial, pois havia uma introdução com explicações sobre a cor do tecido escolhido, assim como do modelo realizado.
Outra oficina realizada foi a de feltro, com a confecção de Oxum, orixá que é a rainha da água doce, dona dos rios e cachoeiras, cultuada no candomblé e também na umbanda, religiões de origem africana. No sincretismo religioso, esse orixá representa Nossa Senhora da Conceição.