Família (VI) – Terceiro Milênio

 

O rabino Nilton Bonder faz pertinentes questionamentos sobre a família moderna. Para ele estamos na contramão do “crescei e multiplicai”. O que está valendo é “crescei pouco e não multiplicai”. A densidade demográfica com sérios problemas de fadiga, efeitos na vida intelectual se expressam na realidade econômica dos lares. Os custos para ter um filho tem mudado a atitude dos pais e a família encolheu. Há meio século era comum famílias de 8 ou 10 filhos. Hoje é raridade chegar a três.

Os casamentos também se tornaram tardios. As pessoas estão namorando mais e diferente de antes. Isso fez com que namoros se transformassem em casamentos. Esses fenômenos indicariam a perda funcional da família sob o aspecto biológico da procriação.

Com os fundamentos da família nuclear afetados em tal envergadura, os papéis de pais e mães sofrem efeitos, assim como o de homem e mulher na cultura. Perdidos em suas funções tão claras de antes, filhos invertem a ordem e fazem dos pais seus reféns. Além disso, os homens se veem num processo reverso aos últimos milênios em especial à função paterna, dentro da família. Atualmente ele está cada vez mais dispensável, mas não sua função que necessita ser recriada. Quanto à mulher, ao expandir suas atividades, não se foca tanto na maternidade. São mudanças qualitativas profundamente transformadoras.

 

 

“Para ser salvo, o meio ambiente deve incluir o homem, urgentemente. Mas onde está ele, senão só, morrendo aos poucos, sufocado por sua estranha solidão?” (Rosana Braga)

 

Sou moderna, bonita, independente, já saí com alguns homens de um site, mas nenhum vira relacionamento. Fico em dúvida com relação a sexo no primeiro encontro. Ou sou vista como antiquada, em desvantagem das outras que transam na primeira vez, ou se rola o cara some depois e ainda deixa o nome na lista de contatos para uma próxima transa e só. Não consigo entender, tem alguma explicação? Teria algum manual masculino pra me ajudar?

 

Não, explicação não tem, cada pessoa é única e responsável por si. O que vejo em sua questão é uma crise entre a moral e o desejo. Por outro lado, você já percebeu que a entrega sexual, pior que não garantir um relacionamento, pode lhe colocar no “rodizio” dele. É isso o que você quer? Porém é preciso ressaltar que se isso aconteceu uma vez (não sei quantas vezes) não se pode pensar que todo homem seja assim.

Mas há algo muito peculiar nisso tudo: as relações virtuais. Quando se está em um site de relacionamentos, as possibilidades que surgem são muitas e simultâneas. Muitos homens e mulheres vêm nisso um caminho para aventuras sem compromisso.

Mesmo assim, fico com a impressão que você tenta adivinhar o que o outro espera, supondo que assim agindo leve alguma vantagem. Creio que vantagem mesmo você terá quando focar-se no que deseja para si. É como aquela estória de se cuidar do jardim que as borboletas virão. Não precisará correr caçá-las.

 

 

 

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