Os acidentes com escorpiões têm apresentado crescimento nos últimos anos. Entre 2014 e 2020, o número de acidentes por picada de escorpião triplicou no Estado de São Paulo, indicativo de que esses animais têm se adaptado bem às áreas urbanas e vêm habitando os domicílios, provocando acidentes que podem levar à morte, principalmente de crianças.
O aumento da proliferação acontece nos períodos mais quentes e chuvosos, como na Primavera e no Verão, mas os acidentes ocorrem ao longo de todos os meses do ano. Ocorrem com maior frequência em locais onde há presença abundante de baratas, sendo este inseto o principal alimento do escorpião.
Segundo os dados da Vigilância Epidemiológica, os registros indicam presença de escorpiões em residências, escritórios, galpões, depósitos, terrenos baldios, cemitérios e outros locais que oferecem abrigo e alimento.
São considerados pragas urbanas e seu controle é fundamental para evitar a proliferação e os acidentes. Como os animais se abrigam em vários e diferentes locais, é fácil se surpreender com um deles no meio de pedras, entulhos e até nas calçadas e dentro de casa.
CUIDADOS – As crianças menores de 10 anos são as mais vulneráveis. Elas sentem mais a ação do veneno escorpiônico e têm maior chance de ir a óbito. A dor local é um sintoma que aparece logo após a picada (em 100% dos casos). Os sintomas variam de acordo com a quantidade de veneno inoculada e a massa corporal do paciente.
Em crianças ocorrerá inicialmente choro intenso e abrupto devido à dor. No local da picada poderá ocorrer inchaço, vermelhidão e apresentar suor e dor e estes sinais podem irradiar para braço e perna, sonolência, alternando com agitação (devido à ansiedade e dor intensa), tremores, produção excessiva de saliva, batimentos cardíacos e respiração aumentados, pode-se iniciar alguns vômitos, que vão se intensificando.
Diante destes sintomas, mesmo que não se tenha visto o animal, deve-se pensar em picada de escorpião e procurar o mais rápido possível atendimento médico.
RECOMENDAÇÕES – Os escorpiões têm o hábito de se abrigar em frestas de paredes, embaixo de caixas, papelões, pilhas de tijolos, telhas, madeiras, em fendas e rachaduras do solo, juntamente com sua capacidade de permanecer meses sem se movimentar, torna o tratamento químico ineficaz.
O uso de produtos químicos para os escorpiões pode ser um desalojante, tornando maior a probabilidade para o aparecimento de escorpiões e consequentemente de acidentes.
O QUE FAZER – Se ocorrer uma picada de escorpião, as recomendações são para limpar o local da picada com água e sabão; aplicar compressa morna no local e procurar o atendimento médico com urgência.
Entre os cuidados recomendados para evitar a presença do escorpião estão:rebocar paredes para que não apresentem vãos ou frestas; vedar soleiras de portas com rolos de areia ou borracha; reparar rodapés soltos e se possível colocação de telas nas janelas; telar as aberturas dos ralos, pias ou tanques; evitar queimadas em terrenos baldios, pois desalojam os escorpiões; remover folhagens, arbustos e trepadeiras junto de paredes externas e muros; não jogar lixo em terrenos baldios; manter fossas sépticas bem vedadas, para evitar a passagem de baratas e escorpiões.
Crianças até 10 anos e idosos acima de 60 anos têm prioridade no atendimento na unidade de saúde referência, que no caso de São Pedro é a UPA, localizada na rua Malaquias Guerra, 162 , telefone (19) 3481-9270 ou 192.