“Heil Hitler”! Alemanha Acima de Tudo!

Antonio Roberto de Godoi

“De tanto repetir uma mentira, ela acaba se transformando em verdade”. ” Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”; ”Quanto mais absurda uma mentira, mais as pessoas acreditam”; “Abaixo ao parlamentarismo democrático”. (Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda Política nazista)

“Alemanha acima de tudo!”, slogan nazista na Alemanha de Hitler, chegou  fazer parte do hino nacional alemão, depois suprimido após a Segunda Guerra Mundial. Para muitos historiadores não parece ser coincidência o “Brasil Acima de Tudo” que se ouve exaustivamente por aqui. Plágio?

Há estudos que apontam que o bolsonarismo idealizado por Olavo de Carvalho, astrólogo e guru dos Bolsonaros, aliado e fortemente influenciado por Steve Bannon – ideólogo da ultradireita radical em nível mundial e chefe de Propaganda da campanha de Donald Trump – não passam de um nazismo genérico, sem a sua força e de baixo nível cultural e intelectual, moldado sob medida para as repúblicas latino-americanas.

De fato, parecem visíveis as semelhanças. O ódio aos “comunistas”, o ódio aos homossexuais, o discurso de combate à corrupção, vida simples (os nazistas viviam uma vida de regalias, luxúria e luxo), defesa da família alemã, rearmamento do país e do povo foram das principais características do regime de Hitler.

Propaganda de Massa – Em seu famoso livro, Mein Kampf (Minha Luta), Hitler define as diretrizes da doutrinação do povo alemão e estratégia de dominação nazista no mundo, e promove intensa e ampla distribuição de exemplares gratuitamente com o intuito de propaganda doutrinária do regime. O livro chegou a ser impresso em formato de Bíblia e apresentado aos alemães como o Evangelho Nazista.

As diretrizes incluíam um truque tão velho como o mundo: a mentira. Hitler falava em liberdade para esconder seus planos de perpetuação de poder e de guerra.

Estratégia Nazista – O ponto alto da estratégia bem-sucedida do nazismo foi influenciar o povo alemão por meio de divulgação de mentiras. Entretanto, de todas as estratégias, e a razão do sucesso dos nazistas, as das mais cruéis de todas era a máquina de fake news (que não levava esse nome à época). Era uma máquina de repetição de mentiras que acabava colando na mente das pessoas.

A mentira, as notícias falsas (as fake news) sempre fizeram parte da história da humanidade. Na Roma antiga, essa talvez a primeira e mais conhecida fake news no mundo ocidental: Nero ateou fogo em Roma e espalhou a notícia falsa de que fora os cristãos. Colou e os seguidores do Cristo foram massacrados. Até hoje há quem acredite nessa estapafúrdia mentira.

Lavagem Cerebral – Já no nazismo e atualmente, a manipulação da opinião pública tem como base a psicologia da propaganda por meio do seu mal uso e da exploração do sentimento do medo e da raiva. Sutis lavagens cerebrais são então inseridas nas mentes. Imperceptíveis para quem é vítima delas. Com isso é possível conduzir as pessoas para onde se deseja, como gado no pasto.

A base dessas lavagens cerebrais é a emoção negativa. Entenda-se o ódio, em suas inúmeras manifestações: discriminação, violência, racismo, calúnia, injúria, difamação, raiva, revolta, medo. Basta associar uma emoção negativa a alguém que se queira desconstruir a imagem, criar uma notícia falsa, normalmente sobre corrupção, no caso da política, e está feito o estrago.

Crimes Espirituais – Não é à toa que a calúnia e a mentira são dos crimes espirituais mais graves. Fazem parte dos 10 Mandamentos, não por acaso. No Brasil, os políticos de esquerda sempre reclamaram desse tipo de ataque e sabem muito bem o que é sofrer com essas campanhas de desconstrução de imagem e calúnias, muitas delas já cristalizadas, tomadas como verdades em boa parte do eleitorado de A a Z.

O conteúdo odiento, violento impulsionado por modus operandi que tem a divulgação massiva de mentiras e notícias falsas como catalisador visam a manipulação das mentes e corações das pessoas, moldando o comportamento delas para o fim que se deseja.

Alguém com a mente de uma pessoa racional identifica facilmente o objetivo de tanta martelada e mentiras repetidas: destruir o inimigo e alcançar o poder absoluto.

Tecnologia de Manipulação – Essa estratégia faz parte da tecnologia de manipulação de massas idealizada por Steve Bannon que tem como patrocinadores os bilionários da extrema-direita e supremacistas brancos  dos Estados Unidos. (Todos eles de olho na Amazônia)

Tecnologia claramente copiada do nazismo em todos os seus aspectos e características e que adotam terríveis discursos, insidiosos e perversos com conteúdo falso que despertam o medo, a raiva e a vingança.

Ainda parte dessa estratégia é postar em anonimato ou com perfil falso, divulgar discurso de ódio ou de violência, quer em forma de notícias aparentemente verdadeiras ou em forma de piadas, deboches ou ironia. Também vídeos, animações e caricaturas chocantes mostrando adversários-normalmente pessoas de esquerda – sob feições monstruosas completam a estratégia.

Outra característica dessa nefasta tecnologia de manipulação de massas é semear dúvidas e criar descrença nas instituições democráticas e na própria democracia.

Cuidado! – Notícias falsas mexem com nossas crenças e emoções irracionais como vingança, medo ou ódio. Deve-se ter o maior cuidado com notícias divulgadas em sites como Whatsapp e Telegran, principalmente.

Por outro lado, estudos têm mostrado que o famigerado “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos”, slogan de campanha de Jair Bolsonaro parece não passar de plágio e utilização do nome de Deus em vão. Ambos condenáveis.

“Qualquer propaganda eficaz deve ser limitada a alguns pontos fortes, e promova-os com fórmula estereotipada pelo tempo que for necessário até que o último dos ouvintes seja capaz de captar a ideia.” (Adoph Hitler em seu livro Mein Kampf, pp 181 e 182 –  Edition Sorlot fev/ 1934)

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Antonio Roberto de Godoi, pesquisador