Peça retrata a história da atriz Lyson Gaster, nome artístico de Agostinha Belber Pastor, espanhola criada em Piracicaba, que com sua companhia de teatro de revista viajou o Brasil nos anos 20, 30 e 40. Com patrocínio do Magazine Luiza e apoio do projeto Eu faço cultura, o espetáculo será apresentado no Teatro Erotides de Campos, neste sábado (7), às 20 h. A peça é uma homenagem a Lyson Gaster, atriz e cantora nascida na Espanha e criada em Piracicaba.
Com pesquisa de Maria Eugenia de Domenico, dramaturgia de Fábio Brandi Torres, direção e figurinos de Carlos ABC, produção e cenários de Marcos Thadeus e direção musical de Tato Fischer, o espetáculo tem a proposta de retratar aspectos da vida da atriz, revigorando fatos importantes dos palcos brasileiros e resgatando parte da história cultural do País. Por seu talento e coragem, ela foi elogiada por artistas e críticos como Procópio Ferreira, Henriette Morineu, Pedro Bloch, Rachel de Queiroz, Paschoal Carlos Magno, Eva Todor, Mario Lago e Nelson Rodrigues, entre outros.
No palco estão oito atores: Bruno Parisoto, Felipe Calixto, Alexia Twister, Tiago Mateus, André Kirmayr, Marcos Thadeus, Giovani Tozi e Patrick Carvalho. A música ao vivo fica por conta dos músicos Tato Fischer ao piano e Henrique Vasques no acordeom e cajón. Piracicabano, o produtor e mestre em teatro Marcos Thadeus alimentava o desejo de montar um espetáculo sobre Lyson Gaster há mais de 20 anos, quando foi apresentado à história da artista pelo diretor Carlos ABC, também piracicabano. Assim, tratou de encomendar a pesquisa para montar “um genuíno musical brasileiro”.
Maria Eugenia de Domenico nunca tinha ouvido falar em Lyson Gaster e, pesquisando, ficou impressionada com a importância que a artista teve. Eugenia ressalta a dificuldade de conseguir documentos ao vasculhar um passado completamente esquecido. “Quando se consegue os textos, eles encontram-se em estado precário, ilegíveis, pois não foram digitalizados, sendo comidos por traças. Alguns, datilografados, não consegui ler”, destaca. Ela descobriu uma Lyson dramaturga também, que assinou textos sozinha e com o segundo marido, Alfredo Viviani. “Tivemos sorte e conseguimos um dos últimos textos escritos por ela, A Mimosa Roceira, que tem trecho incluído na peça”, completa.
LYSON GASTER
Filha de imigrantes espanhóis que chegaram em Piracicaba no final do século 19, casou-se ao 17 anos e logo teve filhos. Separada, mudou-se para São Paulo com os pais e trabalhou como modista num ateliê da rua Conselheiro Crispiniano, onde conheceu artistas de teatro que a levaram para o palco. Pisou no tablado pela primeira vez em 1919, na época dos discos de 78 rotações, adotando o nome artístico que tomou emprestado de uma personagem de um romance francês. Ligou-se a várias companhias de teatro, com as quais viajou pelo Interior de São Paulo, entre elas a Companhia Cassino Antarctica e a trupe Teatro Novo. Integrou o elenco da Cia Zaparolli, ao lado de Manuel Pera, pai da atriz Marília Pera. No Rio, juntou-se a Cia Juvenal Fontes até se casar, em 1922, com Alfredo Viviani. Com o marido, participou da Cia Nair Alves e Sebastião Arruda, até o casal montar a própria companhia, a Companhia Lyson Gaster, onde o teatro de revista era o ponto forte. Os dois excursionaram pelo Brasil todo. Era a época de Dercy Gonçalves, Oscarito, Henriquieta Brieba, Zilka Salaberry e Mara Rúbia, entre outros. Lyson naturalizou-se brasileira nos anos 40 e deixou o teatro em 1950. Viviani foi contratado pela Rádio Nacional, onde permaneceu em atuação até 1963.
SERVIÇO
Lyson Gaster no Borogodó: neste sábado (7), às 20h, no Teatro Erotides de Campos, no Parque do Engenho Central. Preços: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia). Informações: 3413 -8526 e 3413-5212. Vendas on line: www.megabilheteria.com.br