A Ponte do Mirante

Aracy Duarte Ferrari

 

Em tempos idos, para atravessar o Rio Piracicaba, as pessoas pisavam sobre as rochas gnaisses, que eram lisas e cobertas de musgo, tendo como apoio algumas nesgas de tora. Era um momento aventureiro, desafiante, mas cauteloso, porque qualquer deslize acabava num banho. Aqueles que não conseguiam atravessar aplaudiam os aventureiros e procuravam alternativas para chegar à outra margem do rio.

Depois de muitos anos com o acentuado crescimento da cidade, surgiu a necessidade da construção da passarela a ser utilizada pelos pedestres, carroças, carros de boi e até automóvel. Até que um antigo morador da tradicional Família Germano, com investimentos próprios, assumiu a responsabilidade da construção de uma passarela maior e mais segura.

Os moradores e o rio que continuavam a sua trajetória e batia nas rochas gnaisses, recobertas de musgos aplaudiam o novo empreendimento.

Passados anos, a passarela foi reconstruída nos moles da moderna engenharia e arquitetura e recebeu o nome de “Ponte dos Irmãos Rebouças”. Depois, na primeira década do século XXI, foram construídas outras três pontes, pois o desenvolvimento crescente de Piracicaba necessitava.

Até a data atual, os piracicabanos agradecem à Família Germano.

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Aracy Duarte Ferrari, escritora, poetisa e artista plástica. Participa da APL e IHGP.

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