Frei José Orlando Longarez
Na Carta Encíclica Fratelli Tutti o Papa Francisco nos fala sobre a fraternidade e a amizade social dizendo que “a política não deve submeter-se a economia, e esta não deve submeter-se aos ditames e ao paradigma eficientista da tecnocracia”. Pensar e nos envolver como fraternidades na Economia de Francisco e Clara e não nos preocupar com eficiência e resultados nas nossas organizações e trabalhos. Rejeitemos política e socialmente o mau uso do poder, a corrupção, a falta de respeito aos marginalizados e a todos os movimentos e organizações populares.
Precisamos, diz Francisco, de uma política que pense com visão ampla, uma política salutar, não negacionista, cuidando da saúde e educação. Uma política capaz de reformar as instituições o que não se pode esperar da economia. As transformações devem ocorrer por meio da atuação politica de cada cidadão. “Perante tantas formas de políticas mesquinhas e fixadas no interesse imediato, lembro que a grandeza política trabalha com base em grandes princípios e pensando no bem comum em longo prazo”, insiste o Papa.
Neste ano eleitoral “há coisas que devem ser mudadas com reajustamentos profundos e transformações importantes.” O caminho será de uma política sã com projeto social, cultural e popular que vise o bem comum.
O amor político, “reconhece todo ser humano como irmão e irmã e procura uma amizade social que integre a todos, gerando processos sociais de fraternidade e justiça”. Assim, Francisco nos convida uma vez mais a “revalorizar a política, que é uma sublime vocação. É uma das formas mais preciosas de caridade, porque busca o bem comum”. Perante estas afirmações todas as fraternidades, por vocação, devem envolver-se politica e socialmente! Isso exige, nos convoca o papa, “reconhecer que o amor, cheio de pequenos gestos de cuidado mútuo é também civil e político”.
A caridade política supera toda mentalidade individualista e nos leva a amar o bem comum. Invistamos em vivermos em fraternidades numa “boa política que procura caminhos de construção de comunidade nos diferentes níveis da vida social”.
Vamos começar “a partir do amor social (Fratelli Tutti), avançando para uma civilização do amor a que todos somos chamados!” Com a caridade política poderemos construir um mundo novo, nos diz São Paulo VI, na Populorum Progressio.
Em fraternidade, vamos buscar “novas vias para enfrentar os problemas do mundo de hoje, e renovar profundamente, a partir do interior, as estruturas, organizações sociais e ordenamentos jurídicos”.
Como frade capuchinho proponho o que nos pede a ministra nacional da OFS: “que possamos ser testemunhas vivas e coerentes de que o franciscanismo é completamente atual e pertinente ainda no século XXI e que nos dediquemos incansavelmente à construção de um mundo mais justo e mais fraterno e de uma igreja mais acolhedora e samaritana”.
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Frei José Orlando Longarez OFMCap