Merli Diniz
No dia 9 de janeiro comemorou-se o Dia do Fico. A data já me parece esquecida pela maioria da população. Então, relembremos: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, digo ao povo que fico!”. A frase diz respeito ao Dia do Fico, no qual o príncipe regente Dom Pedro I declarou que não cumpriria as ordens das Cortes portuguesas, que exigiam a sua volta a Portugal, ficando no Brasil.
No Dia do Fico de agora, eu fico com a Democracia e o Estado Brasileiro de Direito e o STF, guardião da CF; com o dr. Evandro Pelarin, a Ciência, a Pesquisa não só, mas especialmente, na questão da vacinação das crianças e adolescentes contra o SARs-Covid; fico com aqueles que respeitam a coletividade no que diz respeito à imunização pelas vacinas, uso de máscaras e demais protocolos de proteção à saúde da sociedade.
Fico com a solidariedade da PM de Rio Preto, do Rotary e demais instituições e pessoas que estão socorrendo nossos compatriotas baianos, com doações que buscam minimizar um pouquinho, o sofrimento alheio; fico com imprensa que mesmo sendo desqualificada a todo momento pela maior autoridade do país, não se deixa intimidar; fico com a Anvisa, que, apesar das pressões que vem sofrendo, cumpre seu papel em defesa da sociedade.
Fico com os professores que tiveram que “se virar“ sozinhos para poderem cumprir a nobre tarefa de educar e que mesmo, com jornada de trabalho acrescida em grande número de horas, não tiveram e não têm o reconhecimento do poder público; fico com o Butantã e suas vacinas bem sucedidas, ao longo de sua existência; com todos os profissionais de saúde, que diariamente se expõem para nos acolher.
Fico com o Governo do Estado de São Paulo, que, no quesito vacina, protagonizou a cena em tempos de pandemia; fico com o pessoal da limpeza pública e os coletores de lixo, que apesar de tudo, continuaram a nos livrar de outras doenças; fico com os bombeiros, nossos salvadores em muitos eventos traumáticos; fico com todos os servidores públicos, tão severamente espoliados em seus direitos e sempre difamados, que prestam e continuam prestando um serviço de qualidade à população.
Fico com o pessoal de combate à dengue: com todos aqueles que de uma forma ou de outra resistiram às intempéries desse dois anos de pandemia.
Meus ‘ficos”, gostaria de poder elencá-los aqui, para não ser injusta, mas dariam uma tese de Mestrado.
Entretanto, não fico com um ministro da Saúde pelego, subserviente, que, sendo médico, não pode alegar ignorância, mas se faz de negacionista para usufruir de interesses pessoais; não fico com um governo central negacionista, que fere a todo momento nossa instituições, que embaraçou e continua a embaraçar a todo custo a vacinação e os protocolos sanitários reconhecidos mundialmente, por ser despreparado para o principal cargo público do pais; com a PGR, que não cumpre seu papel investigativo, com neutralidade; não fico com negacionistas de qualquer espécie; com pessoas que dizem que nós, do interior somos conservadores, falando equivocadamente em nome de todos e são fotografados em tronos majestosos.
Enfim, fico com todos aqueles que assumem papel responsável e empático, ante tanta calamidade ocorrendo com nossos compatriotas e o resto do mundo.
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Merli Diniz, professora, advogada, especialista em Direito do Consumidor, pós-graduada, poeta, cronista