Piracicabanos devem mais de R$ 2 bilhões para a prefeitura

Fernando Favoreto

 

Quem lê com atenção os noticiários sobre a prefeitura de Piracicaba, deve ter ficado espantado como eu fiquei ao saber que os piracicabanos devem, através da Divida Ativa do Município, pouco mais de R$ 2 bilhões de reais aos cofres públicos municipais. Praticamente um orçamento inteiro do que está previsto para o ano de 2022.

A Câmara Municipal cumpriu seu papel de fiscalizadora do Executivo, ao insistir junto ao prefeito Luciano Almeida sobre a necessidade de um Refis, refinanciamento das contas, que passará a vigorar a partir de fevereiro deste novo ano. Com isso, velhas dividas podem ser quitadas com descontos, parceladas, ajudando a recompor as demandas do orçamento municipal. São dividas com o IPTU, IPVA, multas diversas, ISS, entre outras tantas denominações deste vasto cardápio que são as receitas municipais.

Esta dívida praticamente dobrou durante a pandemia, por razões obvias como o encerramento de muitas empresas, a diminuição gigantesca das atividades da indústria, comércio e prestadores de serviços, desemprego da população, fato que não ocorreu somente entre nós, mas que abalou toda a estrutura fiscal do nosso país.

E, também, como decorrência do cenário desalentador que tivemos com a pandemia, aumentaram substancialmente as demandas da população por empregos, comida, saúde, bem estar, transportes, entre outras. E tivemos, pela primeira vez na história recente, uma sinalização das dificuldades quando o SEMAE teve que fechar o ano com um divida de R$ 36 milhões, dos quais $20 foram honrados neste ano pela própria prefeitura e os outros $ 16 ficarão como compromisso do Executivo para esta empresa pública agora em 2022. Tida, nos últimos anos como a empresa “prima rica”, que sempre acudiu o Executivo nas suas horas de dificuldades, o Semae expôs publicamente suas dificuldades, para honrar pagamentos com funcionários, fornecedores e todos os que circulam no seu entorno. Uma realidade ruim, mas uma realidade.

Creio que, especialmente os empresários desta cidade, honrados e honestos, devem superar as dificuldades e aderirem ao próximo Refis, também como forma de colaborar com as necessidades do nosso município e, com isso, contribuir para acelerar o desenvolvimento da nossa cidade, que ficou estagnado nestes dois e difíceis anos pelos quais passamos. E convoco os demais moradores da cidade, com dívidas com o poder público, que possam também aderir a este programa, para que possam ampliar, com igualdade de interesses e condições, seus apelos para que a cidade melhore suas políticas públicas nos vários e necessários campos de ação em que atua. Cobrar, sem pagar não é postura de gente séria.

Enfim, torço para que o novo ano nos traga alento. Que o município, o Estado e o país consigam superar as dificuldades e contradições destes dias, especialmente nos campos da saúde, da distribuição de renda, da facilitação a novos empregos, para que a sociedade conquiste um novo período de paz e prosperidade.

O nosso MDB estará atento aos debates que se fizerem em nossa cidade, para colaborar com o aperfeiçoamento das demandas públicas, no enfrentamento das divergências e na colaboração objetiva – sem muito ter que bater bumbo, como alguns pretendem — assumindo a sua voz e o seu papel no cenário político desta cidade. Todos os democratas que comungarem com estas ideias serão bem vindos ao nosso partido para o enfrentamento das demandas que serão necessários neste e nos próximos anos que vierem.

_______

Fernando Favoreto, presidente do Diretório do Municipal do  MDB em Piracicaba

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima