Sangue nas mãos

Francys Almeida

 

O combate à vacinação promovido pelo Presidente Jair Messias Bolsonaro e seus adeptos fez mais uma vítima, essa uma criança, que ainda não havia sido vacinada, pela falta de esforços e campanha de vacinação por parte do governo federal. “Não perdi só meu neto, perdi o amor da minha vida”, relata, cheia de dor e revolta, a auxiliar de serviços gerais Socorro de Jesus da Silva, 51 anos.

Guilherme Monteiro, de 10 anos, morreu de Covid-19, no ano passado. Com tristeza e consciência, a avó defende a vacinação de crianças e critica os obstáculos impostos pelo governo federal para a inclusão do público na campanha, principalmente do maligno Presidente.

Em seu relato, imagina que se a imunização estivesse disponível, o neto poderia ter sido salvo: “Se ele tivesse tomado a vacina, com certeza estaria aqui com a gente.”

A avó sempre manteve cuidados e esperava ansiosa pela vacinação: “Toda semana eu ligava nos postos para saber sobre a imunização para a idade dele, porque era uma maneira de protegê-lo. A gente fez de tudo, mas não foi possível. Espero que a história do meu neto sirva de alerta para outras famílias. Tem que se vacinar.”

Qual o cristianismo que se baseiam essas pessoas? Qual a verdade que propagam? O bolsonarismo é de fato uma ameaça não só a democracia, mas tem se mostrado uma ameaça à vida e a dignidade da pessoa humana, se tornando uma semente similar ao fascismo e nazismo, cegando as massas com populismo e fake News.

A eventual condenação, quer nacional ou internacional do presidente, é uma questão de tempo. Mas perante Deus, como fica?

“Mas qualquer que fizer tropeçar um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e se submergisse na profundeza do mar.” (Mateus 18.6)

“Tudo lá me fazia lembrar o Guilherme. Não dava para continuar. Era uma criança tão cheia de vida, inteligente. Ele era o nosso milagre”, completa a avó. Se esse relato não te comove, como cristão ou ser humano, efetivamente o bolsonarismo já lhe consumiu.

Que Deus tenha misericórdia e conforte essa família e que o sangue do Guilherme e de todas as mortes que poderiam ser evitadas sejam derramados nas mãos de quem atua, comanda e apoia esse crime contra o povo brasileiro.

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Francys Almeida, bacharel em Direito, militante partidário em Piracicaba

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