Projeto do povo

Francys Almeida

 

“Na política e na vida, é preciso ter lado”. Com essa frase, inicio este artigo para tratar de um tema que é frequente nas rodas políticas: precisamos de um novo projeto político. E, diante do grande grau de insatisfação com a atual gestão, tanto na direita, como na esquerda, aliados de primeira hora abandonando o barco, fica a pergunta: de que lado você está?

Temos um desmonte na cultura, a saúde pública terceirizada lentamente, o funcionalismo sem reposição, professores sobrecarregados, promessas de campanha abandonadas já de imediato, sendo esse governo municipal, chefiado pelo prefeito Luciano Almeida (DEM), o maior propagador em favor do ex-prefeito Barjas Negri (PSDB).

O projeto político do PSDB é voltado aos que, exclusivamente, estão com eles; o projeto político do vice-prefeito Gabriel Ferrato (DEM) foi se vingar do seu ex-amigo, e o projeto político do prefeito Luciano Almeida é agradar as elites econômicas. Mas qual o nosso projeto? Embarcar em projetos dos outros? Ou precisamos construir um projeto político social e que contemple as mais plurais lideranças?

“Quem mais demora a fazer uma promessa é quem a cumpre mais rigorosamente” (Jean-Jacques Rousseau). Eis uma receita, não observada por muitos que estão ou passaram pelo poder.

Em quais promessas caímos? Embarcar em projeto dos outros, principalmente de quem não tem compromisso com a pluralidade, é um passaporte para a decepção.

“A fingida caridade do rico não passa, da sua parte, de mais um luxo; ele alimenta os pobres como cães e cavalos”, afirma Jean-Jacques Rousseau, como uma lição política.

Não há mistura de rico e pobre, assim como não há mistura de água e óleo, mas poucos se aperceberam disso há tempo, e alguns já se arrependeram. Mas vem muito mais por aí. Aos enganados, fica o alerta: ou se constrói um projeto ou aguarde o próximo para enganar o povo.

Há, sem dúvida, uma crise de lideranças; há, também, uma opressão aos que tentam se levantar, algo próximo de regime totalitário. Mas, acima de tudo, há uma esperança que motiva a construção de um projeto político que vise prioritariamente: educação pública de qualidade, salários justos, centros especializados, transporte público eficaz e, principalmente, trazer dignidade e oportunidade a quem tanto precisa.

É preciso ter lado. Qual o seu?

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Francys Almeida, bacharel em Direito, síndico profissional, militante partidário.

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