Caldeirão Político

DOBRADINHA
Pode ser considerada a dobradinha dos sonhos de muitos políticos ou de eleitores que pensam o Brasil e conhecem os líderes dos partidos. É a possível união entre o ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin (vai sair do PSDB, sim), como candidatos a presidente e vice-presidente da República. Um embate de chapas animado para outubro do ano que vem.

 

CANDIDATOS
É que estão certos como pré-candidatos o atual ocupante do Palácio do Planalto, Jair Messias Bolsonaro (vai para o PP), e do ex-magistrado Sérgio Eduardo Moro (Podemos, leia-se senador Álvaro Dias), e possivelmente com o ex-procurador Dalton Dalagnol como vice-presidente. São as três correntes? Haverá outras. E Dalagnol pode, também, ser candidato a deputado federal. Todos costuram, estes dois mais neófitos.

 

GERALDO
Bom lembrar que o ex-governador Geraldo Alckmin, nascido em Pindamonhangaba, a histórica Pinda, onde foi vereador, presidente da Câmara e prefeito pelo MDB (tempos de Orestes Quércia no Senado Federal). Depois, foi deputado estadual e deputado federal e vice-governador também pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), e governador em quatro vezes pelo PSDB.

 

NINHO
Ao sair do ninho tucano, que será liderado pelo governador João Dória (São Paulo) ou pelo governador Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), Geraldo Alckmin encontra-se no campo que sempre atuou na política: redistribuição de renda. Não é à tona que governou o Estado-líder da Nação por quatro vezes. Agora, é aguardar, pois só ficam os comentários, que aumentam conforme diminui um dia no calendário de menos de um ano antes das eleições.

 

FERVER
Sem comentário antes do fato, o experiente José Osmir Bertazzoni (agora, no PSB, ver nota abaixo com foto) deve mudar os sentidos dos candidatos à Câmara Federal em Piracicaba. Ele esteve em São Paulo, filiou-se ao PSB do ex-governador Márcio França, via deputado estadual Caio França. Osmir acertou-se com o presidente local do PSB, Mário Neto, certamente, pré-candidato a deputado federal? Vai ferver o caldeirão. Caio quer se reeleger para o Palácio Nove de Julho.

 

THOMAZIELLO — I
Em 16 de junho passado, o Ministério Público (MP) indeferiu a representação de Walter Brandi Koch Rodrigues e Marco Antonio Rosa Ferreira contra o prefeito Luciano Almeida (DEM) e contra o presidente da Câmara dos Vereadores, Gilmar Rotta (CID), pela contratação e permanência do professor João Marcos Thomaziello como secretário de Educação do Município.

 

THOMAZIELLO — II
Na representação, os autores também se manifestaram contra os vereadores: Gustavo Pompeo (Avante) e Anilton Rissato (Patriotas), por terem feito manifestações públicas, juntamente com servidores públicos municipais, em favor da permanência do então secretário João Marcos, que volta em janeiro na função de diretor da Escola Estadual Honorato Faustino.

 

THOMAZIELLO — III
O indeferimento se justificou pelas providências rápidas da Administração Municipal, por não se ter comprovada má-fé de nenhuma das partes, pela garantia constitucional de “inviolabilidade dos vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município” e, principalmente, porque o MP não pode ser usado para reforçar posições políticas de qualquer natureza, devendo manter-se com isenção, seriedade e responsabilidade. Correto.

 

THOMAZIELLO — IV
Ao justificar a contratação do secretário, o MP conclui: “nada há nos autos no sentido de que a nomeação do Sr. João Marcos Thomaziello tenha ocorrido com o objetivo de favorecê-lo ilicitamente. Afinal, ao que tudo indica, o Sr. Thomaziello preenchia os requisitos subjetivos (…). Trata-se de profissional com experiência na área, de competência reconhecida, que apresentou ótimos resultados desempenhando a função de Diretor Escolar (…).

 

THOMAZIELLO — V
Escreveu o MP: “(…) analisando o processo criminal apontado na representação, constata-se que o fato pelo qual foi condenado criminalmente não permite concluir tratar-se de pessoa desonesta, inapta ao exercício de cargo na administração pública. Parece-me que se tratou de mero desacerto comercial, que acabou por ser enquadrado no tipo do artigo 171 do Código Penal (…)” (Luciano Gomes de Queiroz Coutinho, 8º Promotor de Justiça de Piracicaba)

 

THOMAZIELLO — VI
Na reportagem do Jornal de Piracicaba, edição de 7 de novembro passado, lê-se o título: “MCCP utiliza sátira para levar informação e despertar atenção”, mas sátira não pode ser confundida com crimes contra a honra de quem quer que seja, e a doutrina destaca a necessidade de sua conformação com o direito à honra, à intimidade, à vida privada, à proteção da dignidade humana e dos valores da família.

 

THOMAZIELLO — VII
Divulgar vídeos que possam apresentar personagens públicos em situações de exposição por sua orientação sexual ou talentos que são considerados do “mundo feminino” não é exemplo de sátira, mas é preconceito, machismo e homofobia. Como fica? O próprio professor João Marcos Thomaziello poderia analisar e explicar mais ainda, pelo que o Capiau — idoso e cansado — agradece, desde já.

 

ÓDIO
No Primeiro Tempo, na Câmara, o vereador Paulo Henrique (Podemos) usa uma singela expressão: “Por que tanto ódio, meu Deus”, diz, como se fossem versos do poeta Castro Alves contra a escravidão. É um clamor que o Capiau — idoso e cansado — faz também e, triste e lamentavelmente, observa que esse ódio foi semeado nas eleições de 2018 e continuou a ser semeado pelo presidente que as venceu, através das redes sociais e nas entrevistas. O exemplo, com serenidade, deveria vir da solidão do Planalto Central. Só isso, nobre edil. Mas a solidão não deixa pensar com profundidade.

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