“Mello Cotrim”: violência contra a mulher envolve estudantes na rede estadual

Palestra sobre violência contra a mulher aconteceu na sexta-feira (20), para estudantes da Escola Estadual Prof. Mello Cotrim, no bairro Pauliceia – CRÉDITO: Davi Negri

Com olhos atentos, cerca de 113 alunos do sexto e sétimo ano do ensino fundamental e das primeiras, segundas e terceiras séries do Ensino Médio da Escola Estadual Professor Antônio de Mello Cotrim, no bairro Pauliceia, tiveram, na manhã desta sexta-feira (20), a oportunidade de discutir o que é e como combater a violência contra a mulher.

De iniciativa da Procuradoria Especial da Mulher da Câmara, integrada pelas vereadoras Silvia Morales (PV), do mandato coletivo “A Cidade É Sua”, Ana Pavão (PL), Rai de Almeida (PT) e Alessandra Bellucci (Republicanos), e com a participação da direção da escola, do Conselho Municipal da Mulher, da Patrulha Maria da Penha e do Pelotão Escolar da Guarda Civil Municipal de Piracicaba e de membros do coletivo “Diálogos para a equidade”, a atividade teve como principal objetivo a promoção de uma conversa franca com os alunos sobre a violência de gênero, tendo como mote a apresentação de alguns dos princípios norteadores da Lei Maria da Penha, que completou 15 anos no último dia 7 de agosto.

A atividade faz parte de programação realizada pela Câmara ao longo da “Semana de Divulgação da Lei Maria da Penha”, que contou com a realização de homenagens, palestras, debates, rodas e ciclos de conversa sobre o tema violência contra a mulher.

“A semana virou, na realidade, um mês de divulgação da Lei Maria da Penha, que tem na ressocialização e na educação alguns de seus importantes eixos. Essa divulgação, principalmente para os jovens, para que eles conheçam a lei, é de fundamental importância”, destacou a vereadora Silvia Morales.

De forma semelhante, Rai de Almeida explicou que a decisão de ir às escolas é por acreditar que é por meio da educação que será possível mudar a sociedade. “Para que as crianças não reproduzam a violência contra a mulher, o preconceito, a discriminação, precisamos fazer com que o Estado assuma as políticas públicas e as implemente com vistas a combater todos os tipos de violências contra as mulheres”, ressaltou.

A coordenadora pedagógica de área da escola, Magda de Peder Sanches Fuzzato, que ajudou no intermédio com a Câmara para a realização da atividade, lembra que esse diálogo reforça o papel da escola “que deve conscientizar os jovens de que eles podem contar com um apoio, que existe uma lei que os ampara em momentos de dificuldades.”

ROMPENDO O CICLO

Além de conhecerem os princípios da Lei Maria da Penha, os alunos também foram sensibilizados em relação ao ciclo de violência contra a mulher, que muitas vezes se inicia com a noção de posse e de controle nas relações e que acaba por interferir na autoestima, criando ambientes e relações tóxicas.

Luana Bruzasco de Oliveira, advogada e membro do Conselho Municipal da Mulher, frisa que “ensinar para eles que essas condutas não são corretas, que elas não são saudáveis e como reagir a isso, como fazer uma denúncia, como pedir uma medida protetiva, como identificar uma situação de violência, é muito valioso. Eles são multiplicadores para a nossa sociedade e vão levar essa conversa para casa e para outros ambientes.

Maria Vitória de Lima Teixeira, aluna da 3ª série do Ensino Médio que participou da atividade, se diz consciente da importância de se detectar e evitar, desde cedo, qualquer comportamento violento. “Se uma criança vive em um ambiente de agressão física ou psicológica, é um efeito dominó, ela tende a imitar esses comportamentos na vida adulta, daí a importância da prevenção, de todos entenderem seus direitos e o que pode e o que não pode.”

Os alunos também puderam conhecer um pouco do trabalho da Patrulha Maria da Penha, da Guarda Civil Municipal, apresentado por Fernanda Nardom, que lembrou que os alunos podem e devem sempre solicitar ajuda das autoridades, seja para tirar dúvidas, seja para denunciar violências vividas por eles ou por pessoas do seu entorno. “Antes nós só agíamos no descumprimento das medidas protetivas, mas agora nós estamos tentando focar, junto com o Conselho da Mulher, nos adolescentes, nas crianças, para tentar prevenir a violência no futuro. O foco é conversar com esses adolescentes e mostrar para eles o que é a violência, quais os tipos de violência e tentar mudar isso um dia”, destaca a guarda.

Além das conversas sobre a violência contra a mulher, também foram entregues aos alunos folders com telefones da Delegacia da mulher, da Guarda Civil, do Conselho da Mulher e de outros meios para que possam denunciar quaisquer violências desta e de outras naturezas.

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