Frederico Alberto Blaauw
Assistimos, novamente, a um embate entre o Sistema S (SESI, SESC, SENAI, SENAC) e o governo. Pretende o Governo Federal utilizar 30% dos recursos das entidades que compõem o Sistema S, para pagar bolsas de estudo, para treinar jovens em serviço.
O Governo quer o dinheiro das entidades do Sistema S, para pagar bolsas de estudo, para treinar jovens em serviço. As entidades querem ajudar, oferecendo o que elas vêm fazendo, ao longo de 80 anos – transmitir conhecimento e valores humanos. O Governo quer o dinheiro, cerca de 6 (seis) bilhões anuais e não há expectativa.
O projeto do Governo tem mérito, pois o domínio de uma profissão é essencial. Ocorre que treinar, em serviço, é tarefa complexa e a simples transferência de recursos não garante a transferência de habilidades. As entidades do Sistema S conhecem, muito bem, como ensinar e avaliar jovens.
A perda de 6 (seis) bilhões anuais vai afetar, severamente, a vida das entidades do Sistema S, que aprenderam a trabalhar, em rede nacional de centros de promoção social e escolas profissionais, alicerçadas em pesados investimentos físicos e recursos humanos, atendendo milhentas famílias.
Para aprender não basta receber uma bolsa, importa receber educação de boa qualidade – o que ensinar, que didática ajustar, utilizar mecanismos rápidos de correção de números.
Isso os integrantes do Sistema S têm de sobra: mestres devotados, equipamentos atualizados, valores conducentes à ética do trabalho.
Para isso utilizam mestres experientes e devotados, material didático adequado, o cultivo de valores sociais conducentes à ética do trabalho.
Para aprender, não basta receber uma bolsa, importa saber o que ensinar, o cultivo de valores sociais que conduzam à ética do trabalho.
Importa repensar o tema.
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Frederico Alberto Blaauw é mestre em Direito Empresarial, advogado e consultor de empresas, professor de Direito Empresarial.