Alvaro Vargas
Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS, 1993), a pedofilia consiste em um transtorno psiquiátrico agrupado no universo das parafilias, que são comportamentos ou fantasias sexuais recorrentes e intensos, envolvendo objetos, atividades ou situações incomuns, responsáveis por um sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, ou ocupacional do indivíduo. Ao ser diagnosticado, o sujeito pedofílico pode ser tratado mediante psicoterapia e uso de medicamentos que inibem o desejo sexual. A legislação brasileira não pune o pedófilo pelo que ele é, mas sim pelas suas atitudes. Dessa forma, ao praticar o crime contra menores de 14 anos, o pedófilo necessita ser isolado. Ocorre que, o simples aprisionamento, ainda que por um longo prazo, não inibe os desejos e fantasias dos pedófilos, a menos que ele seja medicado e monitorado durante um tratamento médico de longo prazo, de modo a superar os efeitos dessa enfermidade e ser reinserido na sociedade.
Os estudiosos discutem as razões para esse distúrbio mental, de modo a definir uma causa precisa da pedofilia. Entre os fatores apontados, destaca-se o ambiente familiar, marcado por violência sexual, física e psicológica, no qual as crianças podem desenvolver uma personalidade com aspectos anormais; ficando susceptíveis ao desenvolvimento de um comportamento pedofílico. Os avanços da ciência permitem que por ressonância magnética (IRM), os pedófilos possam ser identificados, utilizando a análise de imagens do cérebro geradas por estímulos que identificam a atração sexual por crianças. Entre a série de anormalidades neuropsicológicas identificadas, os pedófilos possuem o coeficiente de inteligência (QI) de oito pontos menores que a média da população, sendo esse aspecto relacionado com a idade da vítima. Quanto menor o nível intelectual do criminoso sexual, mais jovem é a criança (Direito e Inteligência Artificial em Defesa do Humano, Juarez Freitas e Thomas B. Freitas).
Por maior que seja a nossa repulsa com relação aos crimes sexuais praticados particularmente contra os menores de idade, devemos compreender que esses criminosos são criaturas doentes. Na visão espírita, Deus não criou pedófilos. Essa enfermidade psíquica tem como causa as atitudes doentias praticadas pelo indivíduo durante as suas existências pregressas, que ficam registradas em sua mente espiritual. Fomos criados simples e ignorantes, reencarnando múltiplas vezes na Terra para evoluirmos intelecto-moralmente. Temos o livre arbítrio durante essa romagem terrena, mas nem sempre nos conduzimos dignamente. Toda ação praticada, tem um efeito imediato em nosso corpo espiritual, o qual, nas reencarnações subsequentes, trará as marcas de nossas arbitrariedades. O pedófilo é aquele que recalcitrou nos desvarios sexuais durante a vilegiatura carnal, e agora apresenta-se marcado por esse estigma. O magnetismo criado pelas aberrações sexuais do passado, atraem situações que funcionam como um gatilho, como os abusos sexuais na infância. Ninguém reencarna com uma programação para ser abusado sexualmente. Entretanto, as marcas na alma produzidas pelas iniquidades praticadas no passado, atraem por sintonia na presente encarnação, seres moralmente inferiores que se situam na mesma faixa vibratória.
Compreendemos que a cura da pedofilia é possível, mediante terapêutica médica multidisciplinar, além do tratamento espiritual. A terapia médica é fundamental, mas não deve prescindir do apoio espiritual, pois a pedofilia tem raízes na alma do indivíduo. A bioenergia administrada nos centros espíritas, associada às palestras edificantes, além do apoio dos trabalhos de desobsessão, têm dado exemplos inequívocos de atenuação dos transtornos mentais. Não existem pecados sem remissão. Todos os enfermos morais têm a possibilidade de curarem as suas enfermidades através da transformação moral, seguindo os ensinamentos de Jesus, ainda que sejam necessárias várias reencarnações até isso ser alcançado.
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Alvaro Vargas, engenheiro agrônomo-Ph.D., presidente da USE-Piracicaba, palestrante e radialista espírita
Excelente análise feita pelo o Sr Álvaro , infelizmente vão ter que reencarnar novamente para pagar pelos seus erros. Com ajuda médica e espiritual é possível que se repare esses tais erros. Confesso que leio esse jornal justamente por causa dessa coluna espírita, pois cada vez mais vou adquirindo conhecimentos com essa doutrina tão linda