Professora Bebel
Com aglomeração de diretores de escolas no Memorial da América Latina, na manhã de segunda (12), a dupla Doria e Rossieli, formada pelo governador João Doria e pelo secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, anunciou mais uma medida político-eleitoral, de olho na disputa de 2022. Querem ter em 2022 nada menos que 1855 escolas no PEI (Programa de Ensino Integral).
No momento em que lutamos para salvar vidas frente à gravidade de uma pandemia, ainda sem controle (São Paulo tem 24,7% do total de óbitos por covid no Brasil), essa dupla só pensa em prolongar a permanência de professores, funcionários e estudantes nas escolas.
Hoje as escolas estaduais não apresentam condições estruturais e de trabalho para o ensino regular, de cinco horas diárias. E mesmo assim, querem ampliar de 7 a 9 horas diárias, sem antes resolver os problemas de qualidade de ensino. O que importa é “lacrar” na mídia e nas redes sociais. O que vale é o impacto e o suposto benefício eleitoral.
O PEI é excludente e não tem nada de novo. Tem a velha essência de aprofundar o grande abismo entre escolas para pobres e para ricos, reduzindo as disciplinas que poderiam dar uma boa formação aos estudantes, substituídas por outras, destinadas ao “empreendorismo”, que geralmente significa ocupações de baixa qualificação e remuneração.
Também engana os professores com a gratificação de 75%, que pode ser tirada a qualquer momento pela exclusão do profissional do programa e não se incorpora para nenhuma finalidade. Ou seja, a aposentadoria não contará com esse adicional.
Para ser implementado, precisa passar por consultas na comunidade e deliberações nos conselhos de escola. Nós vamos resistir! A escola pública estadual não poder ser um simples instrumento de marketing eleitoral.
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Professora Bebel, deputada estadual pelo PT, presidenta da Apeoesp, líder da bancada do PT na Alesp