Francys Almeida
A CPI da Pandemia, chamada de “circo” pelos bolsonaristas, está desmascarando os verdadeiros palhaços, ou melhor, bandidos, que, por ação ou omissão, cometeram crimes tipificados no Código Penal.
A denúncia do Policial Militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que, ao depor na CPI da Pandemia, informou que esteve três vezes no Ministério da Saúde, onde Roberto Ferreira, diretor de logística, solicitou, a mando dos seus superiores, um dólar por vacina, ou seja, 400 milhões de vacinas com um dólar se propina cada! Propina bilionária, chegando a quase 2,5 bilhões de reais.
A única forma de impedir corrupção no governo Bolsonaro é matando, ameaçando ou coagindo quem denuncia, mas quem tem o mínimo de noção e conhecimento político vê esfarelar o discurso de “combate à corrupção”, iniciado com o sepultamento de Sérgio Moro pela direita, que, odiado pelos petistas e bolsonaristas, se tornou um engodo jurídico e um político sem raiz, nem base.
Moro só serviu enquanto buscava caso com o PT e, ao se deparar com cenário pior no bolsonarismo, foi achincalhado e segue para a exclusão histórica que os personagens que se prestam ao seu papel sofrem no Brasil.
A fala confessa do Presidente Jair Bolsonaro, somado aos inúmeros apoiadores saindo do barco — afundar é questão de tempo —, colocam em situação delicada o atual governo.
As análises apontam que 400 mil mortes poderiam ser evitadas, ou seja, foram cometidos crimes contra a humanidade, e estes devem ser julgados pelo Tribunal Penal Internacional, onde, pela primeira vez, teremos membros de um governo e até o presidente da República Federativa do Brasil como réus nessa corte.
Mas não deve parar por aí, ao que parece: o Presidente Bolsonaro foi gravado falando sobre esse tema: vacinas superfaturadas, ou seja, desprezou emails e ofertas mais baratas, para adquirir vacinas sem eficácia comprovada a um preço acima da realidade. Acabou a corrupção?
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Francys Almeida, bacharel em Direito, síndico profissional, militante partidário (PCdoB) em Piracicaba