A cultura provê valores que queiramos ou não assumimos como nossos. A desejada igualdade sexual tem valor jurídico para o exercício da cidadania, mas tanto em nossa constituição quanto pela cultura as coisas mudam um pouco.
Se na sociedade de antes a conquista era exclusivamente masculina e a mulher ocupava a posição de objeto desejado, isso mudou. Antes o homem que não marcasse posição ao sinal verde feminino teria sua masculinidade sob suspeita pelos próprios amigos. Da mesma forma jamais se via a mulher partir para a conquista. Não só elas estão ‘indo para cima’ como eles também não se sentem mais obrigados. Porém os velhos paradigmas mostram seu vigor.
Qualquer homem, em algum momento de sua vida, já sentiu a dificuldade em dizer não a uma mulher. Ele aprende desde cedo que o não faz parte, mas é um pouco diferente para ela. É interessante que é um direito da mulher, mas o homem não passará sem ouvir um “que grosso”, “sei não viu?” e outras formas de se atingir sua moral.
Não se trata de defender um ou outro, mas de apontar que tais igualdades não existem como se crê. Da mesma forma que a cultura valorizava o homem garanhão e condenava a mulher com as mesmas atitudes (ainda vemos esses estereótipos). Esses paradigmas estão obsoletos. A tendência é a equidade e diferença não é hierarquia.
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“Sintomas revelam-se como representações convertidas de fantasias que têm por conteúdo uma situação sexual”. (Sigmund Freud)
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Após conhecê-lo virtualmente, nos falamos e nos encontramos. Com 35 anos, super atencioso me ligava, enviava mensagens, mas num piscar de olhos algo mudou. Ligou-me dizendo que não passaríamos o feriado juntos como combinado e que no dia seguinte sairíamos, mas não me ligou e nem atende minhas ligações. Estou sem entender essa mudança repentina! Estou me sentindo usada e enganada. Gostei muito dele, muito mesmo e não consigo entender o porquê disso. Eu merecia uma satisfação, nem que fosse para dizer que não quer continuar.
Há dois aspectos relevantes de sua queixa: a multiplicidade de possibilidades simultâneas e a dificuldade de grande parte dos homens em dizer à mulher, mesmo virtualmente, que se desinteressaram.
Sabendo que irão magoar evitam o não e paradoxalmente provocam mais mágoa, gerando esses comportamentos de fuga e quebra da palavra. Racionalmente é fácil de compreender, mas mobiliza a emoção masculina. Mas tome como hipótese.
Por outro lado, por se iniciarem virtualmente as relações possibilitam que algumas pessoas mantenham as várias possibilidades que iniciaram. Mesmo tendo se interessado por você, outros contatos podem também ter despertado interesse. Os vínculos de relações virtuais são frágeis até que se consolidem.
Conhecer as inúmeras hipóteses não muda nada. Invista em você, estabeleça novas metas, mas elabore o luto antes de iniciar outra tentativa.
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