O Dia Mundial do Abraço, 22 de maio, traz à luz a reflexão de que, nunca, a falta do abraço foi sentida de forma tão profunda e visceral. Uma ausência que tem se manifestado com maior intensidade na pandemia, quando o conforto e o acolhimento proporcionados pela conexão física são súbita e necessariamente substituídos pelo distanciamento social; ampliando a sensação de medo, angustia e solidão.
Segundo o psiquiatra Arthur Cardoso (CRM 129.628), do Serviço de Segurança e Medicina do Trabalho da Santa Casa de Piracicaba, mesmo neste cenário, é possível minimizar o desconforto emocional causado pela distância e usufruir dos efeitos terapêuticos do abraço, que deve ser virtual neste momento.
“Claro que não é como um abraço literal; mas em tempos de distanciamento social, o que deve prevalecer mesmo é a intenção que existe por traz de todo bom abraço, inclusive o virtual”, considerou o médico.
Para ele,é importante fazer com que amigos e familiares continuem conectados, seja por meio das novas tecnologias como as videochamadas, do telefone ou até mesmo da boa e velha carta, de forma que as pessoas se sintam abraçadas mesmo à distância. “Essa manifestação de carinho contribui com a saúde física e também emocional”, observou, citando o risco de exposição viral por contato próximo.
Cardoso lembra que a Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere que, ao saudar as pessoas, os abraços e toques sejam substituídos pelo movimento de levar a mão ao coração. Outra novidade é a ferramenta “abraço virtual”, acessada pelo https://thenicestplace.net/ para receber e transmitir virtualmente o abraço caloroso de pessoas do mundo todo.
“É possível se manifestar de outras formas que não a presença física e despertar os mesmos bons sentimentos projetados pelo abraço verdadeiro, que amplia a sensação de confiança, proteção, carinho, amor e amizade e atua como bálsamo contra a dor emocional”, observou o psiquiatra.
Segundo ele, o abraço ajuda a promover a saúde, deixa as pessoas mais felizes, reduz o estresse, oferece proteção e desenvolve relacionamentos.
“Estudos comprovam que dar ou receber um abraço induz à liberação da oxitocina, conhecida como o hormônio do amor e da felicidade; da dopamina, o hormônio do prazer; e da serotonina, hormônio associado ao bem-estar e bom humor”, revelou Cardoso.
Ele lembra que o abraço também reduz os batimentos cardíacos e a pressão sanguínea diminuindo o risco de doenças cardíacas, fortalece o sistema imunológico e diminui os níveis de cortisol, o hormônio do estresse.
“Abraçar alguém também relaxa os músculos, ajuda a liberar e diminuir a tensão no corpo ea promover a troca de energia, fortalecendo relacionamentos”, apontou o psiquiatra. Ele lembra ainda que o abraço foi incluído na mesma categoria do riso e da meditação por estimular sentimentos de confiança, autoestima e amor próprio.