Novela policial: crime do final dos anos 80 é revisto

Em “Quem matou João Paulo” ficção e realidade dialogam – Crédito: Divulgação

“Em 1989, no dia 17 de dezembro, enquanto o País elegia o primeiro presidente após o período da ditadura militar, um menino é encontrado morto no freezer de um salão paroquial. Após 30 anos, um jornalista premiado e youtuber vai até a cidade de Riacho Fundo, na tentativa de saber quem matou João Paulo. Pessoas e situações que encontrará na cidade, bem como lembranças pessoais e sonhos, levarão Tony Negretti a caminhos nunca antes trilhados. A narrativa apresenta os encontros e desencontros do jornalista na busca dos autores do crime não solucionado, relacionadas (ou não?) com digressões sobre sua infância num internato. Sonhos, recados subliminares, experiências etílicas e mediúnicas, silêncios e omissões ora aclaram, ora obscurecem o trabalho de Tony na cidade que, em outubro de 2019, teve a primavera mais chuvosa de sua história”. Essa é a sinopse de “Quem matou João Paulo”, novo livro de Ademir Barbosa Júnior (Dermes), publicado pela Ape’ku Editora, selecionado em edital divulgado em 11 de janeiro deste ano. O lançamento será em 8 de agosto.

Dermes escreveu a novela policial como forma de honrar a memória do menino João Paulo e sua família. O assassinato do garoto, ocorrido em Piracicaba em 1989, com características semelhantes às do livro, nunca foi solucionado. “Era a noite de nossa formatura no ensino médio. Poucas semanas depois, me mudei para São Paulo, todos estavam indignados e me pediam detalhes na capital. Como obra de ficção, o livro não conta a história real, mas evidencia a violência contra nossas crianças e a dor da perda amplificada pela impunidade”, esclarece o autor, que garante: o final da novela é surpreendente. “O título do livro é uma afirmação categórica, não uma interrogação”, complementa Dermes.

A narrativa apresenta, ainda, outros personagens reais, como o grupo de teatro piracicabano Forfé e sua produção “Sobre meninos, mendigos e poetas”; a atriz espanhola Úrsula Corberó, presente nos sonhos noturnos de Tony Negretti, no quarto do Hotel Ottawa, e a psicóloga Ivonete Rosa, bastante popular nas redes sociais por seus textos sobre responsabilidade afetiva e autocuidado. As memórias da infância de Tony no internato, arroladas ao final de cada capítulo, apontam toda sorte de violação de direitos de crianças e adolescentes, situações presenciadas por ele até sua adoção pela família Negretti.

Com dezenas de livros publicados – alguns com premiações e traduções para diversos idiomas -, Ademir Barbosa Júnior (Dermes) é mestre em Literatura Brasileira pela USP (Universidade de São Paulo); doutor Honoris Causa pelo MCNG-IEG; doutor Honoris Causa em Literatura pela Febacla; pós-graduado em Ciências da Religião pelo Instituto Prominas e titular da cadeira 62 da Academia Independente de Letras.

 

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