Amantes da morte

Francys Almeida

 

Coincidentemente após a decisão de colocar escolas e igrejas como essenciais, os casos de Covid-19 aumentaram diariamente e mantém uma tendência de crescimento.

A verdade é que, se nada for feito, teremos em Piracicaba pessoas morrendo na porta dos hospitais, mas quando falo pessoas, na verdade quero dizer pobres, pois quem é rico está nos melhores hospitais da Capital, que, diga-se de passagem, estão colapsando também. A política de extermínio, chamada necropolítica, onde “os mais fortes sobrevivem”, é cruel, insana e incompatível com o Cristianismo.

Será que Jesus, sabendo a gravidade da pandemia, pediria para as igrejas abrirem? Ou as igrejas abrem para não perder a arrecadação? Vale a pena ter esse sangue nas mãos?

Além disso, o colapso econômico, ver manifestantes cobrando o preço absurdo da gasolina, mas não entendem que não compensa nem ser Uber hoje em dia, e isso é responsabilidade dos mesmos políticos que a maioria idolatra.

Se idolatria é pecado grave para qualquer cristão protestante, o que falar dos “Bolsocrentes”, um projeto neofascista de evangelho, incompatível com o de Cristo, que se apropria de trechos da Lei Mosaica suprimida no Calvário, somados aos palavrões e frases de efeitos, além da apologia às armas. Há menos de 20 anos, crente nem podia ter televisão, hoje pode ter armas, seria cômico se não fosse trágico, o pior é ser ameaçado nas “listas negras de oração”, o que veremos acontecer em Piracicaba, se nada for feito, será reflexo daquele jejum profano de um ano atrás, quando tínhamos 500 mortes no Brasil e falaram que o jejum iria repreender o vírus.

A prova que a igreja caminha em sentido equivocado é que, um ano depois, temos mais de 260 mil mortos. A triste realidade é essa, quem puder se cuide, pois os perversos estão no poder.

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Francys Almeida, bacharel em Direito, síndico profissional, vice-presidente do PCdoB Piracicaba

 

 

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