O efeito Daniel Silveira

Francys Almeida

 

Observamos, estarrecidos, um deputado federal fazer acusações graves e sem provas contra a mais alta corte do País, acreditando na impunidade e confiando que o presidente Jair Bolsonaro estaria ao seu lado nessa escalada neofascista.

No entanto, o que era uma demonstração de coragem e força virou vergonha nacional, com o deputado se humilhando em rede nacional, pedindo apoio aos deputados para não continuar preso. A vitória acachapante do bom senso, com mais de 100 votos além do necessário, reflete também a falta de compromisso do chefe da Nação para com seus apoiadores.

A realidade que o presidente da República está “no colo do centrão”, para não se comprometer, dando mais importância à reeleição do que à própria vacina. Basta ver a quantidade de negativas do Ministério da Saúde às propostas de aquisições, e ainda mais humilhante é o presidente Bolsonaro ter que dar o braço a torcer à “vacina do Dória”. A própria mãe do presidente foi imunizada pela opção salvadora do Butantã e o que chama a atenção é que piracicabanos que eram contra a “vachina”, que defendiam a cloroquina, que falavam em “fraudemia”, estão calados e alguns até perplexos com a mudança do seu líder Jair Bolsonaro.

O efeito Daniel Silveira é avassalador, coloca em xeque o bolsonarismo, prova que o objetivo do presidente é apenas se manter no poder, a qualquer custo. Quem sabe, permitirá que se tenha consciência da necessidade de debater sobre mulheres e gêneros, além de alertar que não há espaço para fanatismo e radicalismo na democracia.

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Francys Almeida, bacharel em Direito, síndico profissional, vice-presidente do PC do B em Piracicaba

 

1 comentário em “O efeito Daniel Silveira”

  1. O STF é alta corte. Os que ocupam os cargos de ministros não. Não têm sequer lógica em suas ações. Para ilustrar: O ministro Gilmar declarou e foi publicado em toda a mídia nacional que os governos do PT desviaram para o partido dinheiro da Petrobras. Muitos bilhões. O plenário do STF devolveu a integridade dos direitos ao ex presidente, mantendo o Gilmar como ministro.
    Ou o ministro Gilmar falou a verdade e o ex presidente não poderia ser reabilitado ou ele mentiu e não poderia continuar como ministro.

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