O projeto cultural Outras Margens do Rio realiza, na próxima terça (23), às 16h, conversa on-line com o antropólogo e pesquisador da USP (Universidade de São Paulo) John Dawsey e a coreógrafa Denise Namura sobre as relações poéticas entre o Rio Piracicaba e a cana de açúcar. A iniciativa tem financiamento do ProAc (Programa de Ação Cultural), do Governo do Estado de São Paulo, Lei Aldir Blanc e Governo Federal. A princípio, o evento virtual aconteceria no dia 3 de fevereiro, mas precisou ser adiado por conta de problemas de saúde de um dos convidados.
A transmissão gratuita acontece no canal do projeto no YouTube (Outras Margens do Rio). A mediação será das artistas Carolina Moya e Julia Giannetti, coordenadoras do projeto, que contempla, ainda, a produção e a circulação on-line de um espetáculo. “A conversa trará à tona a pesquisa do projeto, que foca nas paisagens, nas memórias e nos relatos sobre o Rio Piracicaba e sua relação com a cana de açúcar, abordando questões como arte, cultura, antropologia e memória social”, diz Carolina Moya.
A iniciativa transita pelo imaginário local, em que o manancial que dá nome à cidade é visto como ponto central, já que foi decisivo para o surgimento da cidade, uma vez que o rio ganhou grande importância a partir do século XVII com a agricultura de subsistência e a exploração vegetal.
RELAÇÕES
O cultivo de cana de açúcar permitiu a instalação de diversos engenhos na cidade e grande parte da renda do município passou a vir de produtos oriundos da cana, como o açúcar e o álcool. No período em que a economia da cidade começou a estagnar, no fim do ciclo do café, Piracicaba iniciou sua industrialização de modo pioneiro, em torno de maquinários destinados a produção de açúcar.
Assim, a industrialização piracicabana é também muito vinculada à cana. “A relação entre a cana e as águas do rio tem um caráter ainda profundo e particular em Piracicaba. Uma relação simbólica e poética muito forte e que só é encontrada aqui no município. O projeto aborda essa relação, utilizando-se, para isso, linguagens como dança, teatro físico, mímica e humor”, afirma Julia Giannetti.