J.F. Höfling
A humanidade tem experimentado a instalação de grandes epidemias e pandemias, como varíola, tifo, tuberculose e inúmeras doenças viróticas como gripes, AIDS, covid-19 (mais recente) etc. Governos de todo o mundo (a maioria), tem demonstrado ao longo dos anos e décadas, se assegurar de estratégias que possam garantir às populações respostas positivas no confronto dessas doenças, permitindo uma melhor qualidade de vida aos cidadãos, assegurando ganhos sociais efetivos para as comunidades de diversos Países.
O ano de 2020, particularmente, foi palco de mais uma doença viral estarrecedora, causando incontroláveis mortes aos cidadãos de nosso País, ao que parece sem hora para acabar…Não precisa ser mágico, nem político (basta observar e ler bons artigos de origem e qualidade boa) para ver o comportamento governamental em relação à essa questão fundamental para a sociedade.
Se por si só, os danos causados por essa pandemia – que nos tem deixado sem sono – ceifando milhares de vidas inocentes já não fossem o bastante para causar danos sociais irreversíveis, a demonstração de ausência efetiva do poder público no alcance de atitudes positivas que venham a minimizar essa catástrofe social, diminuindo os efeitos maléficos à população atingida desse País, temos observado um gigantesco desmonte de nossas instituições atingindo a Saúde, Educação, Cultura, autonomia universitária, serviços públicos, enfim à democracia.
Não se observa nenhum ganho econômico visível que permita melhorar as condições do trabalhador, o que – sem dúvida – redundará em um grande impacto em todos os níveis sociais, particularmente paras os indivíduos mais vulneráveis. Como já disse alguém: “A pobreza não é boa nem pra rico nem pra pobre”.
O que vemos hoje é um cenário político caótico alimentado pelo extremismo político expresso das mais variadas formas possíveis onde o extremismo antidemocrático e negacionista toma conta do Paìs. Basta ver o comportamento desse governo “dito liberal ou neoliberal”, modelo questionável no contexto mundial. Desrespeito às instituições públicas, incentivo às privatizações, reforma previdenciária, descaso e destruição em relação ao meio ambiente e corrupção, agregam valores negativos ao cenário pandêmico que assolam nosso País. Todos esses fatores, compõem o contexto maior deste momento e colocam o nosso País em rota de colisão com um futuro nada promissor: “Avisa o formigueiro, vem aí Tamanduá”
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J.F. Höfling, professor da FOP-Unicamp