Apeoesp: professores decidem manter a greve, em defesa da vida

Para Bebel, “secretário não fala a verdade” – Crédito: Divulgação

Em assembleia na tarde desta sexta (12), promovida pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), professores da rede estadual de ensino decidiram manter a greve sanitária em defesa da vida na próxima semana, com a realização de aulas online, e mobilização ao longo da semana nas escolas para conscientização da categoria. Para a presidenta da Apeoesp, a deputada estadual Professora Bebel (PT), que coordenou a assembleia, os professores e demais componentes da comunidade escolar estão correndo sérios riscos em função da pandemia do coronavírus que continua com alto nível de contaminação e mortes, uma vez que o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, “no afã de tentar ludibriar a população sobre o retorno seguro às aulas presenciais, declara que as escolas estaduais são locais seguros contra a covid-19, que os protocolos sanitários vêm sendo cumpridos e que as aulas presenciais vêm se desenvolvendo regularmente. Isto não é verdade”, declara Bebel.

Para a Professora Bebel, a manutenção da greve é a melhor decisão, porque a Secretaria Estadual de Educação está escondendo os números do contágio pelo novo coronavírus nas escolas. “A gestão escolar está sendo orientada a não divulgar esses números. Levantamento realizado pela Apeoesp indica a existência de 310 casos num universo de apenas 178 escolas, sendo uma em Piracicaba. A rede estadual de ensino possui mais de 5 mil unidades escolares”, informa a deputada e presidenta da Apeoesp.

De acordo com ela, ainda, as direções das escolas também são orientadas pela Secretaria Estadual de Educação a agrupar estudantes de diferentes turmas, tendo em vista a falta de professores nas escolas, em parte pela greve e em parte pelo grande número de docentes que pertencem ao grupo de risco, por idade ou comorbidades. “Trata-se de medida temerária, considerando as condições estruturais e de ventilação nas salas de aula das escolas estaduais”, ressalta.

Para Bebel, o secretário da Educação adotou esse procedimento para fazer de conta que estão havendo aulas nas escolas estaduais. “Além de adotar uma política irresponsável de volta às aulas presenciais em pleno agravamento da pandemia, utiliza um falso estratagema para enganar a sociedade. Por isso o Secretário quer impedir o sindicato de visitar as escolas, uma medida inconstitucional, contra a qual já estamos nos movimentando”, enfatiza a Professora Bebel.

GREVE

Na assembleia virtual desta sexta, professores aprovaram a manutenção do movimento deflagrado nesta última segunda-feira, 8 de fevereiro, inclusive intensificando a mobilização nas escolas. Nesta greve sanitária, em defesa da vida, os professores, conforme deliberado em assembleia, devem realizar aulas online, evitando aglomeração nesse momento de pandemia do coronavírus. A manutenção das aulas online, de acordo com a Professora Bebel é fundamental para evitar ainda mais o agravamento da pandemia no Estado de São Paulo, “uma vez que vivemos num estado de guerra contra a covid”, diz ela.

Como forma de mobilizar professores e a comunidade escolar de que neste momento o ideal é manter as aulas online, evitando aglomeração, diretores da Apeoesp irão percorrer escolas ao longo da semana. A orientação é de mostrar que a melhor maneira de evitar a ampliação de casos da doença é evitar a aglomeração, que é inevitável no ambiente escolar. “A realização de aulas online, nesse momento de excepcionalidade, é porque estamos optando pela vida”, destaca Bebel.

 

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