Levantamento realizado pela Subsede da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) em Piracicaba mostra que a greve dos professores contra o retorno às aulas presenciais nesta terça (9) foi parcial pelo segundo dia consecutivo nas escolas pertencentes à Diretoria Regional de Ensino de Piracicaba, assim como a frequência de alunos, na maioria delas, ficou bem abaixo do limite de 35% estabelecidos pelo governo estadual. Como forma de continuar o trabalho de mobilização para esta “greve sanitária em defesa da vida contra a volta às aulas presenciais”, a Apeoesp promove nesta quarta-feira, 10 de fevereiro, assembleia popular virtual, a partir das 14 horas, com professores, pais, mães, estudantes e funcionários de escolas. Para participar pela plataforma Zoom, basta acessar o ID da reunião: 890 69543352 – senha de acesso:193236.
“O nosso objetivo é fortalecer o movimento é estimular os professores a manterem as aulas remotamente, até porque aprendizagem se recupera. Vidas não!”, diz a presidente da Apeoesp, a deputada estadual Professora Bebel, que nesta terça-feira, 05 de fevereiro, da tribuna da Assembleia Legislativa de São Paulo fez duras críticas ao governador João Doria por expor a vida de milhares de pessoas com o retorno das aulas presenciais e por não colocar os profissionais da educação na primeira fase da vacinação em massa de imunização à covid-19. Em Piracicaba, a Apeoesp também protocolou ofício na Prefeitura de Piracicaba, nesta terça-feira, 09 de fevereiro, dirigida ao prefeito Luciano Almeida, apelando para que sejam suspensas as aulas presenciais na rede municipal de ensino em função do agravamento da pandemia do coronavírus.
A Professora Bebel é totalmente contrária ao retorno das aulas presenciais nesse momento em que o país enfrenta uma segunda onda de casos de covid-19, com o número de mortes diárias passando de mil. “Certamente, o retorno às aulas presenciais vai colocar muito mais gente nas ruas, provocar aglomerações, além do que as escolas não estão preparadas para garantir o isolamento necessário e vai colocar em risco a vida dos profissionais da educação e da também das famílias dos nossos alunos que correm o risco de se contaminar e levar o vírus para dentro de suas casas”, ressalta.
Bebel defende que as aulas só sejam retomadas com a vacinação de todos os profissionais da educação e com o controle sanitário desta pandemia. Ela diz que a população de maneira geral compreende a necessidade de preservação da vida e sabe que as escolas públicas estaduais não estão preparadas e conta que a cada momento a Apeoesp tem recebido novas notificações de casos de Covid-19 em escolas estaduais, que infelizmente só deverá aumentar nos próximos dias. “O próprio governo reconheceu a fundamentação dos nossos argumentos ao determinar o fechamento de sete escolas na última segunda-feira. Por isso, solicitamos às subsedes que continuem comunicando para Secretaria de Comunicação 3 Secretaria de Comunicação [email protected] e por outros meios todos os casos de Covid-19 que vem ocorrendo nas unidades e, também, todas as situações em que a escola necessitou ser fechada. Lembramos que além do ambiente escolar sem estrutura adequada para o protocolo sanitário, sem ventilação, sem funcionários para limpeza, com álcool em gel vencido, EPI em número insuficiente e merenda seca, o deslocamento para as escolas, e transportes públicos lotados também propiciam o contágio. Além do fato de que fazer circular professores e estudantes que podem realizar suas aulas de forma remota, também é uma atitude incompreensível, que dificulta o controle da pandemia”, diz a deputada. Diante disso, a Professora Bebel orienta a categoria a aderir ao trabalho remoto, como fazem os professores da E.E. Barão do Rio Branco, em Piracicaba, onde na sua totalidade as aulas estão sendo realizadas remotamente. “Reafirmamos a nossa orientação aos professores para que não compareçam ao trabalho presencial nas escolas, protocolem o requerimento em suas escolas do não comparecimento às atividades docentes presenciais, diante dos riscos à vida e saúde que esse trabalho presencial acarretam, e em decorrência da greve sanitária pela vida e pela saúde, aprovada pela categoria em assembleia na última sexta-feira, 5 de fevereiro”, ressalta.