Apeoesp vai à Justiça para impedir a volta das aulas presenciais

A deputada Professora Bebel defende a vida e diz que as escolas não estão preparadas para o retorno – Crédito: Divulgação

A Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), em conjunto com a Afuse, CPP, Fepesp e Udemos, ingressou com ação civil pública no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo contra o Decreto 65.384/2020, pelo qual o governador João Doria (PSDB) estabelece a volta presencial nas escolas públicas estaduais, mesmo com o país enfrentando uma segunda onda da pandemia do coronavírus. De acordo com a presidenta da Apeoesp, deputada estadual Professora Bebel, a medida foi tomada porque “não existem condições sanitárias nas escolas. Estamos lutando no STF para que os profissionais da educação estejam na primeira etapa da vacinação. O governador comete mais um atentado contra a vida dos profissionais da educação, os estudantes e suas famílias”, diz.
Bebel ressalta que pelo decreto, “Doria quer obrigar a volta às aulas presenciais até mesmo em regiões que estejam na fase vermelha da pandemia. Quer obrigar todos a voltarem. Ele não liga para a nossa saúde e nossa vida. Esperamos que a justiça pare esse governo genocida, que usa a pandemia como marketing político”, ressalta.
Para a presidenta da Apeoesp, “é muito irresponsável a volta às aulas presenciais, sobretudo no contexto da escola pública. Não temos uma estrutura nas escolas do Estado de São Paulo. Não podemos fazer o distanciamento, em muitos locais as salas foram improvisadas. Temos até bibliotecas que viraram salas de aula. Não tem arejamento, claridade”.
A Professora Bebel diz não entender o posicionamento do secretário de Educação, Rossieli Soares, que chegou a falar sobre a possibilidade de responsabilizar o pai que não levar o filho para a escola. A deputada Professora Bebel conta que, em defesa da vida, a Apeoesp também ingressou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para que os profissionais da educação façam parte da primeira etapa de vacinação, juntamente com os profissionais da saúde e os idosos. “Se a ciência já desenvolveu uma resposta com vacinas, por qual motivo ele não coloca os professores na primeira fase do plano de vacinação?”, questiona.
Para ela, “a escola é um ambiente de aglomeração”, acrescentando que, “agora, seria a oportunidade do secretário dizer que está em defesa da vida dos professores, funcionários e toda a equipe de educação. Isso não chega a 400 mil. Esse número não vai interferir em nada. A nossa situação é preocupante e eu estou defendendo uma categoria que é essencial”, ressalta.

 

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