Psicologia do Trânsito (V)

Nas primeiras lições sobre trânsito aprendemos que ele compreende de veículos, pedestres, bicicletas, motocicletas, animais e demais variáveis que possam determinar as ações do condutor e/ou pedestre, mas pouco se diz das condições precárias das vias como relevantes.

Não é privilégio de Piracicaba. A maioria das cidades do Brasil carece de políticas voltadas à essa questão que não apenas causa danos aos veículos, mas pode também desencadear colisões ou atropelamentos, colocando-se a vida em risco.

Alguns anos atrás, ao folhear o Guia Quatro Rodas fui buscar informações sobre Piracicaba e fiquei surpreso com uma nota: “Cidade mal sinalizada”. Isso revela o descaso político com uma questão tão crucial e cobrada do cidadão não apenas com impostos, mas também com radares, autoridades de trânsito, multas, etc.

Em 2003, a revitalização de alguns pontos de São Paulo consistiu em fechar vias de tráfego de veículos para a criação de praças e calçadões, acompanhando uma tendência mundial de se criar áreas verdes em regiões urbanas. Em Piracicaba aconteceu o contrário. A revitalização de 2005 transformou área verde em vias de tráfego. Onde havia o calçadão da Praça José Bonifácio agora trafegam veículos. Se 26 anos antes já se sentia a agressividade do trânsito, quanto mais hoje! Decisões políticas que afetam o trânsito afetam nossas vidas, senhores políticos!

 

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“Disse Platão que os bons são os que se contentam com sonhar aquilo que os maus fazem na realidade”. (Sigmund Freud)

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Considero-me uma pessoa extremamente sensível e até mesmo vulnerável em diversas ocasiões, tanto boas quanto ruins. Pode ser uma música, alguma coisa que me falem. Fico até magoada se sinto que não me dão atenção. Não sei nem explicar, são muitas situações que me fazem sentir um nó na garganta, um aperto no coração. Tanto com alegria quanto com tristeza. É normal isso?

Cíntia, 20, RJ.

 

Com sua idade todos somos muito vulneráveis em situações que mais tarde na vida aprendemos a lidar. Mas o que chama a atenção é sua percepção própria, esse incômodo que sente por uma suposta sensibilidade a mais. Se ela lhe causa angústia, paradoxalmente também é fonte de fortes emoções que em pessoas ‘menos sensíveis’ não são muito vividas.

No desabrochar da vida ficamos suscetíveis por sensações e emoções fortes. Está iniciando sua vida adulta, o que lhe dá certa insegurança pelo desconhecido. Chama-me a atenção em especial sua mágoa por uma suposta falta de atenção. Talvez sinalize com isso sua autoestima que precisa ser mais bem trabalhada.

Você pergunta se é normal. Opostamente da visão médica, não vemos a divisão normal x patológico. Existe o sujeito que se queixa de algo ou não. Para o primeiro há possibilidades de um trabalho em análise que o retire de lugar de vítima, saindo da queixa para uma posição de responsabilidade, o que faz a culpa ser dissipada.

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