Santa Fé, Gilda e Jardim Piracicaba: novos bairros com energia solar

Barjas Negri

 

Há, na sociedade piracicabana, um debate entre arquitetos e urbanistas a respeito da constituição ou não de novos núcleos habitacionais populares em áreas urbanas mais afastadas da área central. A tese central é que poder-se-ia implantar residências populares nas áreas centrais, aproveitando vagas urbanas e mais próximas a equipamentos sociais, como escolas e unidades de saúde. Na teoria, isso tem lógica, mas, na verdade, é praticamente inviável devido ao elevado valor da terra nas áreas centrais, o que inviabiliza a construção de unidades habitacionais populares, uma vez que o valor final do empreendimento, mesmo com elevados subsídios, não atenderia às famílias de mais baixa renda. Mesmo assim, é muito difícil convencer essa corrente de pensamento. Fazer o quê?!

Do nosso ponto de vista, que é acompanhado por uma parcela significativa de formadores de opinião da sociedade, é preciso dinamizar a construção civil, gerar empregos na construção de casas e apartamentos populares e, ao mesmo tempo, permitir que famílias de baixa renda tenham sua casa própria e saiam do aluguel que tanto onera a renda familiar. Por isso, vamos citar três experiências que de nosso ponto de vista tiveram bastante êxito e permitiram que 2.800 famílias tivessem concretizado o sonho da casa própria, pagando uma prestação menor que o aluguel.

 

Dois núcleos construídos em parceria com a CDHU contaram com forte subsídio do governo municipal. O Santa Fé, na região do Novo Horizonte, com 713 casas, teve o seu terreno adquirido na gestão do prefeito José Machado e doado à CDHU e, o Jardim Gilda, na região do Mário Dedini, com 951 casas, teve o terreno adquirido por nossa Administração e doado à CDHU. Nos dois núcleos habitacionais, a Prefeitura colaborou com investimentos na infraestrutura asfáltica, rede de abastecimento de água e de coleta de esgoto e iluminação pública, ficando por conta da CPFL a rede de energia elétrica. O terceiro núcleo, o Jardim Piracicaba, na região da Vila Sônia, com 1.136 apartamentos do programa Minha Casa Minha Vida – Faixa I, conta com enorme subsídio do governo federal e com contrapartida da Prefeitura para a pavimentação asfáltica e rede de abastecimento de água, de coleta de esgoto e de iluminação pública, com rede de energia elétrica financiada pela CPFL.

 

Esses três núcleos habitacionais populares têm toda infraestrutura urbana implantada e, praticamente, todos equipamentos sociais, como escolas, creches, postos de saúde, centros comunitários, varejões, academias e áreas de lazer, no próprio núcleo ou nas proximidades. Isso mesmo! Ninguém ficou para trás, como acontecia no passado. São 2.800 famílias com atendimento social por parte da municipalidade ou do governo estadual. Mais do que isso, foram contemplados com investimentos na sustentabilidade, com instalação individual de aquecedores solares, protegendo o meio ambiente e colaborando no orçamento familiar, com redução no consumo e nas despesas com energia elétrica. São empreendimentos como esses que melhoram a qualidade de vida de seus moradores, muitos dos quais moravam em comunidades de favelas.

 

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Barjas Negri, prefeito de Piracicaba

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