Mais uma cirurgia inédita marcou a alta complexidade do Hospital Unimed Piracicaba, que realizou intervenção para corrigir defeito congênito de obstrução das vias urinárias baixa do bebê de beneficiária gestante de 32 semanas. O procedimento minimamente invasivo, que durou aproximadamente duas horas, mobilizou os especialistas em medicina materno fetal Kleber Cursino de Andrade e Márcio Miranda, além de equipe altamente treinada de médicos, enfermeiros e instrumentadores.
“Na formação do bebê existe uma membrana na uretra prostática que é absorvida naturalmente. Quando isso não ocorre, essa membrana impede a saída da urina fetal da bexiga, que é importante para a formação do líquido amniótico. Assim, sem o líquido, o bebê fica comprimido dentro do útero e não desenvolve o pulmão, além de causar outras alterações como pés tortos, face e crânio achatados”, explicou Cursino de Andrade.
Ele disse, ainda, que o aumento da pressão dentro da bexiga fetal, pelo acúmulo excessivo de urina, leva também a um comprometimento da formação e função renal. “Se essa condição, obstrução da uretra, não for corrigida a tempo, o feto pode ter insuficiência renal, necessitando de transplante ou morrer no pós-parto imediato”.
Inédita no País, a cirurgia fetal para desobstruir a uretra aconteceu no Centro Cirúrgico do Hospital Unimed Piracicaba, a partir de uma fibra muito delicada, com uma câmera na ponta, introduzida pela barriga da mãe até a bexiga do bebê. A partir daí, foi possível, então, romper essa membrana parcialmente e colocar uma sonda na bexiga, saindo pelo pênis. “Com isso, se reestabeleceu o fluxo normal da urina, permitindo a formação do líquido amniótico e desenvolvimento de pulmões e rins do bebê”, finalizou.
Segundo o presidente da Unimed Piracicaba, Carlos Joussef, sair à frente e oferecer os melhores procedimentos estão entre os compromissos da Instituição. “Queremos sempre mais para nossos beneficiários. Este, em especial, acompanhei de perto, pois auxiliei no pré-natal da paciente. Mas, assim que detectei o problema, já atuamos para minimizar possíveis impactos e proporcionar mais saúde para mãe e filho”, revelou o dirigente.
PRÉ-NATAL
O acompanhamento ultrassonográfico da gestação assegura o bem-estar materno fetal e, na detecção de eventuais alterações, pode informar à paciente e médicos sobre ocorrências, possibilitando o melhor desfecho da gravidez. “Esses exames no período gravídico tornaram-se ferramentas de maior importância na condução da gestação, tanto de alto quanto de baixo risco, trazendo dados que auxiliam e, por vezes, determinam a conduta frente a patologias maternas e/ou fetais”, disse o ginecologista, obstetra e diretor técnico do Hospital Unimed Piracicaba, Ricardo Amalfi.
De forma geral, os exames permitem avaliar a idade gestacional, o número de fetos, o peso fetal, a quantidade de líquido, a localização e a morfologia da placenta, a qualidade do fluxo sanguíneo que chega ao feto, o bem-estar fetal, além de permitir a detecção de malformações e síndromes fetais.