Escorpiões fizeram 443 vítimas em 2020

Médico coordenador do Pronto Atendimento da Santa Casa de Piracicaba, Amando Camargo Cunha Junior – Crédito: Divulgação

A Santa Casa de Piracicaba registrou até nessa segunda (14), 443 atendimentos a vítimas de picada de escorpião. O hospital é um dos Centros de Referência do DRS-10 (Departamento Regional de Saúde) que abrange 26 cidades para atendimento especializado nesse tipo de acidente, e os números até dezembro já superaram as 373 vítimas atendidas em 2019. O aumento de picadas de escorpião tem sido registrado anualmente e com a chegada do verão e a volta do período de chuvas, elementos propícios para a proliferação de insetos e de aracnídeos, entre eles, o escorpião, é preciso redobrar a atenção para evitar esse tipo de acidente.

Na Santa Casa, os atendimentos de picadas de escorpião têm apresentado aumento significativo nos últimos quatro anos. Em 2017, foram atendidas 153 pessoas vítimas de picada de escorpião, em 2018 esse número foi de 263, em 2019, foram 373 pessoas e até 14 de dezembro de 2020 esse número já estava em 443. Os dados e o controle dos atendimentos realizados são feitos pela CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar) da Santa Casa, que também encaminha as informações para a Vigilância Epidemiológica do município.

De acordo com o médico coordenador do Pronto Atendimento da Santa Casa de Piracicaba, Amando Camargo Cunha Junior, o hospital segue um protocolo específico em casos de picadas de escorpiões. “É uma corrida contra o tempo. É necessário seguir um protocolo rígido e contar com uma equipe bem treinada e capacitada, principalmente em situações que envolvem crianças, idosos, pessoas com doenças crônicas e que devem ser levados diretamente ao Centro de Referência. É preciso sintonia e agilidade na assistência a esses pacientes”, ressalta.

Segundo a gestora do Cuidado da Santa Casa de Piracicaba, Denise Lautenschlaeger, as equipes de frente, que sãos as primeiras a ter contato com o paciente, passam por capacitação constante. “É preciso rapidez no atendimento e procedimento de antagonização do veneno, caso isso tenha indicação, para que o resultado seja positivo e que o paciente não tenha sequelas ou corra o risco de ir a óbito”, salientou.
O QUE FAZER?

Em caso de picada de escorpião, Amando Camargo Cunha Junior ressalta que é importante manter a calma, lavar o ferimento com água e sabão, e seguir imediatamente até um posto de atendimento médico (UPA, UBS). Lá será feita a triagem e se há a necessidade de encaminhamento para o Centro de Especialidades, no caso a Santa Casa ou a UPA da Vila Cristina.

Também é recomendado, se possível, levar o escorpião ou uma foto para identificação da espécie. “Crianças menores de 10 anos e idosos são mais vulneráveis. Eles devem ser levados o mais rápido possível para um Centro de Referência”, ressalta ao informar ainda que “não se deve aplicar compressa, gelo e nem fazer torniquete (técnica utilizada no controle de hemorragias) próximo ao local da picada, uma vez que isso irá potencializar a ação do veneno”.

Denise Lautenschlaeger ensina ainda que outra iniciativa importante é sacudir roupas, sapatos e toalhas de banho antes de usá-los. Como prevenção, Cunha Junior orienta a evitar o acumulo de lixo e entulho perto de casa e não guardar objetos embaixo das camas.

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