Eleitorado piracicabano é majoritariamente feminino

As mulheres são a maioria dos eleitores, com 52,6% (152.956) de eleitoras em Piracicaba – Crédito: Davi Negri

Um eleitorado maduro, de escolaridade média e majoritariamente feminino, este é o perfil do eleitorado piracicabano, segundo dados divulgados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Nas eleições municipais deste ano, 290.998 eleitores estão aptos a votar para prefeito e vereador em Piracicaba. A variação do eleitorado piracicabano, em comparação às eleições municipais de 2016, está próxima aos indicadores nacionais.

Em 2016, 283.814 eleitores estavam aptos a votar, e em 2020, são 290.998 eleitores. Uma evolução de 2,53%. De acordo com o cientista político Jefferson Oliveira Goulart, esse acréscimo de eleitores em Piracicaba reflete provavelmente no ingresso de uma camada de eleitores jovens entre 16 e 18 anos, que se tornaram aptos a votar, e de pessoas que fizeram a transferência do título de eleitor. As mulheres são a maioria dos eleitores da cidade e esse índice também acompanha os indicadores nacionais, com 52,6% (152.956) de eleitoras em Piracicaba e 52,5% no Brasil.

Jefferson Goulart analisa que o fato de as mulheres serem a maioria na sociedade e no eleitorado produz mudanças em termos sociais, comportamentais e institucionais. “Do ponto de vista demográfico e do ponto de vista numérico, a presença majoritária das mulheres também implica um tipo de sensibilidade, um tipo de olhar e um tipo de escolha sobre os eleitores que passa a ter mais importância porque o olhar feminino tem a sua especificidade de gênero”, afirma.

Para o cientista político, um eleitorado majoritariamente feminino é um critério importante na hora em que os cidadãos vão escolher os seus candidatos.
NOME SOCIAL

Em 2018, o TSE publicou a Portaria Conjunta nº 1, de 17 de abril de 2018, que regulamenta a inclusão do nome social no cadastro eleitoral. A portaria define nome social como “a designação pela qual a pessoa travesti ou transexual se identifica e é socialmente reconhecida e não se confunde com apelidos”. Bernardo Valentin é um homem trans e em 2018 votou com nome social. Na hora de votar, ele apresentou o documento original com o nome que constava em sua certidão de nascimento e o título de eleitor com seu nome social.

Bernardo conta que quando apresentou os documentos com nomes diferentes, foi tido como falsidade ideológica em um primeiro momento, e só depois, a mesária verificou no sistema que constava os dois nomes: o social e o do registro. “Ela percebeu então que não era um documento falso, nem um e nem outro, mas teve esse choque de informação na hora”, disse. Nas eleições municipais de 2020, Bernardo vai votar com um novo título de eleitor porque ele alterou seu nome na certidão de nascimento.
FAIXA ETÁRIA 

A maior parte do eleitorado piracicabano se concentra na faixa etária entre 30 e 49 anos. De acordo com Jefferson Goulart, é importante observar que a longevidade dos brasileiros aumentou, fazendo com que o perfil da população também mudasse. “As pessoas se casam menos e têm menos filhos hoje do que há 20, 30 anos atrás, isso se reflete nesse desenho da nossa pirâmide da faixa etária”, afirmou. As estatísticas eleitorais indicam que a quantidade de eleitores solteiros (159.635) é “expressivamente” maior que o número de eleitores casados (109.025).

Em termos percentuais, os solteiros correspondem a 54,9% do eleitorado piracicabano e os casados a 37,5%. “Hoje nós temos o número de solteiros expressivamente maior que o número de casados e eu diria que a tendência é ter um aumento dessa desproporção, mesmo porque as formas de convivência matrimonial hoje são mais flexíveis, muito mais no âmbito civil do que no religioso”, analisa Jefferson Goulart.
SEÇÕES ESPECIAIS 

Em Piracicaba, 2.308 eleitores com deficiência irão votar em seções especiais, espaços adaptados pela Justiça Eleitoral para oferecer acessibilidade no momento do voto. Dados fornecidos pelo site do TSE, apontam que dos 137 locais de votação, oito deles não possuem seções especiais. De acordo com Wander Viana Santos, coordenador do Comdef (Conselho Municipal de Proteção, Direitos e Desenvolvimento da Pessoa com Deficiência de Piracicaba), não tem como o órgão ir em todas as escolas onde há votação verificar se há acessibilidade.

Ele relata que o Comdef recebe reclamações de locais de votação com escadas. “Um dos maiores problemas de acessibilidade é a da escada, depois do deficiente auditivo que não tem mesário para atender o que ele necessita, e depois do deficiente visual que não tem acessibilidade da urna”, reclama. No entanto, o coordenador do Comdef reconhece os esforços do TSE para garantir acessibilidade para as pessoas com deficiência. “A gente percebe que há uma evolução nas zonas eleitorais, de uns anos para cá a gente não tem tido tantas reclamações, tantos problemas, são problemas pontuais”, disse.

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