Jonas Silveira
Já ouviram falar nessa cidade russa? Certamente que não. Ela não existe. O trocadilho acima, aqui em Piracicaba e em boa parte do Brasil, é o apelido que damos a um dos pratos preferidos dos brasileiros. O tradicional “arroz com ovo”, delicia para a maioria de todos nós. Arroz bem temperado, gema a gosto do freguês, molinha para alguns, mais dura para outros… enfim. Poucas variações. E como é bom comer o dito prato de vez em quando.
Agora, comer “roskovo”dois dias, sete dias, 30 dias, um ano, dez anos, 44 anos… não há quem aguente não é mesmo? Sempre a mesma comida, o mesmo tempero e, certamente, as mesmas desculpas: não há dinheiro para fazer prato melhor. E assim, com esse discurso chulo,temos engolido o nosso prato há anos aqui em Piracicaba.
A saga dos 16 anos seguidos do governo do PSDB na cidade, inspira esse texto. No primeiro governo, a esperança de dias melhores. No segundo, surfando no dinheiro fácil que vinha de Brasilia,no governo do PT, obras, investimentos, pontes. No terceiro, veio o sucessor, escudeiro fiel de anos, seguido de um inexplicável rompimento. E no quarto período, o atual, dias de imensas dificuldades financeiras, poucos investimentos na cidade, uma pandemia e o aumento do desemprego e da desesperança.
O que fazer com R$ 1,8 bilhão que o povo piracicabano paga, em impostos, para que a prefeitura mantenha uma máquina pública com sete mil funcionários e o atendimento diversificado em vários setores? É muito? É insuficiente?
Os problemas estão todos à vista. Faltam creches e alimentação na pandemia.A saúde, extremamente exigida no período, mostrou suas entranhas. As atividades culturais praticamente desapareceram. O comércio ressentiu-se das idas e vindas e quem pagou o pato foram os comerciários demitidos. Praticamente todos os setores da cidade desaceleraram e hoje celebramos 355 mortes pelo vírus. Além de tantas outras mortes por sintomas diversos na cidade. Inclusive aumento de suicídios.
A esses fatores, acrescentem-se os crescentes desgastes promovidos pelo Governador do Estado, do mesmo partido do que o local, envolvido em explicações não suficientes sobre atos públicos praticados nesse período. O nariz de Pinóquio cresceu muito mais do que as explicações dadas à sociedade.
Agora chegou a hora de acertarmos as contas, entre a sociedade civil e os poderes constituídos. No dia 15 de novembro Piracicaba e o Brasil responderão aos seus prefeitos, vereadores, governadores, a quem couberam as responsabilidades maiores pelas decisões particulares neste ano atípico que vivemos, de conduzir a sociedade local, estadual e nacional.
As urnas já estão a caminho de nossa cidade. E os preparativos começam a ser feitos, através das redes sociais – em especial – para que naquela ocasião Piracicaba diga se está contente ou não de comer arroz com ovo há 44 anos. Se quiserem mais quatro… Eu, de minha parte, já enjoei.
Quero novos pratos, sabores, ideias, projetos, que façam Piracicaba vibrar novamente como uma cidade pujante e participativa.
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Jonas Silveira, é empresário
Realmente. Piracicaba. Uma cidade Rica . Com tanto recebimentos de impostos. É uma vergonha dizer que não têm dinheiro para investir em saúde e educação. Se não houvesse tanto desvio de verbas . Éramos para ser uma cidade de primeiro mundo.