Alienação Parental (III) – Estratégias usadas

As estratégias utilizadas pelo alienante podem ser divididas em quatro grupos:

 

  1. a) exclusão do outro genitor:

O boicote de informações é arma fundamental para que sejam tomadas decisões sem prévia consulta (escola, saúde, etc.). O alienante expressa desagrado quando a criança demonstra bem estar ao lado do outro genitor.

 

  1. b) interferência nas visitas:

Controle rigoroso dos horários, criação de atividades concorrentes para tornar a visita desinteressante à criança, impedimento de qualquer visita fora do estipulado, mesmo se a criança quiser.

 

  1. c) ataque à relação criança x outro genitor:

Relembra insistentemente fatos que levem a criança a estranhá-lo, força a criança a tomar partido entre o pai e a mãe, instrui-a para ser espiã, demonstra desleixo com os presentes dados pelo genitor alienado, induz a criança a crer que ele/a seja perigoso/a.

 

  1. d) denigre a imagem do outro genitor:

Todos os comentários a respeito do alienado são pejorativos. Presentes ou roupas são depreciados. O lazer oferecido pelo alienado sofre o mesmo processo. A competência profissional e situação financeira são atacadas, chegando a falsas acusações de abuso sexual ou uso de álcool e outras drogas.

 

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“Não sou pessimista. Não permito que nenhuma reflexão filosófica estrague a minha fruição das coisas simples. Tive o bastante para comer. Apreciei muitas coisas – a companhia de minha mulher, meus filhos, o pôr-do-sol. Observei as plantas crescerem na Primavera. De vez em quando tive uma mão amiga para apertar. Vez ou outra encontrei um ser humano que quase me compreendeu. Que mais posso querer?” (Freud)

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Tenho uma filha adotiva que sempre me deu muito trabalho. Roubou um cartão de um parente pra gastar com roupas e presentes caros e quando perguntei se não tinha vergonha disse: “e eu com isso?” Quando bati nela meu marido me agrediu em sua frente, mas bateu no menino quando era pequeno. Ele a superprotege. Em duas situações me agrediu compensando-a com bens materiais, liberdade, levando-a para casa de parentes ricos. Depois voltou arrependido, pedindo pra perdoar e esquecer.

 

Está clara sua competição com sua filha, mas é aliada de seu filho muito embora argumente racionalmente os dois pesos e duas medidas das palmadas do pai. Ao contrário do que possa parecer, seu problema não é com ela. Há uma fissura em seu casamento: Pai e mãe não falam a mesma língua, e isso é uma enorme brecha para os filhos inverterem os papéis. Você é o escudo de seu filho contra o pai e seu marido o é para sua filha. Até aí nada de surpreendente.

Mas ao contrário do que parece, sua raiva é um deslocamento da raiva da aliança de seu marido com ela. É claro que ele está errando na superproteção. Mais do que isso, vocês precisam rever juntos o rompimento provocado pelas brigas que cada um comprou em nome dos filhos. A consciência do erro é um bom começo, mas não é suficiente. Será necessário muito esforço, tolerância e paciência de ambos para vencerem a manipulação dos filhos.

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