O IHGP (Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba), em tempos de pandemia, tem procurado manter minimamente as suas atividades, com plantões semanais dos seus diretores, atendimento a pesquisadores para consultas aos seus acervos, divulgação do seu site e secretaria funcionando em dias alternados. Sem a possibilidade de comemorar festivamente, como era de costume, os seus 53 anos de atividades durante o mês de agosto, o Instituto já tem prontos pelo menos três livros para serem lançados, provavelmente no mês de novembro.
Da linha infanto juvenil, foi redigido pela presidente do Instituto, Valdiza Capranico com ilustrações de Leonardo Luiz Correa Capranico, ambos são descendentes do agricultor Antonio Capranico, que plantou a árvore símbolo de Piracicaba, a “Sapucaia da paz”, nome também dado ao livro, editado pela Audexia Edições, de Piracicaba e serão distribuídos graciosamente aos interessados e às escolas de Piracicaba.
O outro livro é um tributo à história do cemitério da saudade, intitulado “Somos todos iguais”, de Mauricio Fernando Stenico Beraldo e Paulo Renato Tot Pinto, ambos historiadores formados pela Unimep. Mauricio é funcionário do Museu Prudente de Moraes e Tot é professor. Eles conseguiram um levantamento histórico importante sobre as origens do cemitério, seus túmulos principais e personagens neles enterrados, mostrando um cemitério com grande potencial cultural.
Ele reconta as origens dos sepultamentos de Prudente de Moraes, ex-presidente da República; Luciano Guidotti, ex-prefeito municipal; Padre Galvão, monsenhor Jeronimo Galo, Prof. Alfredo Cardoso, os músicos Erotides de Campos e o cururueiro Parafuso; o escritor Thales de Andrade e o seresteiro Cobrinha; Barões de Serra Negra e Rezende, entre outros. E conta também aspectos administrativos da evolução do Cemitério da Saudade, que foi inaugurado em 2 de dezembro de 1872, com 774 m2 (metros quadrados) de extensão. O livro tem 104 páginas, foi editado pela Editora Nova Consciência e também será distribuído graciosamente.
A última obra já impressa, e aguardando o lançamento é a biografia de um ex-associado e merecedor da Medalha Prudente de Moraes, Guido Ranzani. Engenheiro agrônomo, formado pela Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), trabalhou por quase 60 anos naquela instituição e depois disso na Embrapa em Brasília, no Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), do Amazonas e na Universidade de Tocantins. O livro foi escrito pelo professor Adolpho Queiroz, em parceria com o advogado Pedro Maurano – genro de Ranzani – e diagramado pela filha do homenageado, Maria Claudia Ranzani.
Guido Ranzani foi responsável pela implantação de estudos sobre solos na Esalq e difundiu esse tipo de conhecimento pelo país, pela América Latina e, Estados Unidos e outros países onde foi chamado a intervir. Na obra, um dos seus ex-alunos lembrou-se que quando o professor fazia a chamada nas aulas, perguntava a origem de cada aluno. E conforme iam dizendo de suas cidades, o professor já dizia que tipos de solos ela possuía.
Além disso o livro retrata também um pouco da vida pessoal de Ranzani, que sempre quis ter a familia reunida para suas histórias e piadas. O livro tem 168 páginas, foi editado pela Editora Nova Consciência e será distribuído gratuitamente aos interessados.
Outras duas obras, um ensaio sobre as artes plásticas em Piracicaba, com crônicas do dr. Umberto Cosentino, no Jornal de Piracicaba e a tese de doutorado da diretora do IHGP, Carolina Martins, sobre o papel da Câmara Municipal na configuração do ensino público de Piracicaba, estão em fase final de negociação para serem impressos até o final do ano. Mais três livros, de Edson Rontani Jr., sobre a revolução de 32; de Noedi Monteiro, sobre o movimento negro em Piracicaba e de Dionísio Chiaranda, sobre o espaço público denominado “Senhor dos Passos”, estão sendo analisados pela comissão editorial do Instituto para publicação em breve.
IHGP planeja lançamentos de livros neste semestre
19 de agosto de 2020