Em abril de 2018, o engenheiro civil Rust Kleber Ferreira Morais, presidente da Associação dos Engenheiros, Agrônomos e Arquitetos de Andradina e Região, recebeu um vídeo pela Internet a respeito da ONG Reparação, de Bragança Paulista, que por meio de trabalho voluntário, se dedica à reforma de casas de famílias que não se encontram em condições mínimas de habitação. Gostou muito do que viu, entrou em contato com membros da ONG e foi convidado a conhecer o projeto. O engenheiro saiu de Andradina, onde mora, e viajou 630 quilômetros até Bragança. Quando voltou para casa, estava certo de que poderia fazer algo semelhante em sua cidade.
Em Andradina, Rust Kleber procurou a Universidade Brasil com a intenção de criar uma parceria. “Propus envolver os alunos de Engenharia Civil no projeto. Eles fariam parte do trabalho como mão de obra não qualificada. Seriam os ajudantes, teriam a oportunidade de aprender na prática e eu assinaria o estágio deles. Rapidamente, a direção da universidade abraçou a ideia. Porém, decidi aguardar um pouco mais para iniciar o trabalho, pois precisava de mais tempo para organizar tudo”.
AVISO DE CHUVA
Em novembro de 2019, Rust contou que ficou sabendo da situação muito difícil de uma família de Andradina e, já pensando no projeto social, foi visitá-la. “Fui até lá com meu filho de 10 anos. A casa estava praticamente caindo, teto todo furado e sem porta na cozinha. Sete pessoas morando sem as mínimas condições de habitação. Para piorar, era um dia de chuva e meu filho me alertou sobre o risco que aquela família estava passando. Percebi que era o momento de ajudar”.
O engenheiro voltou à Universidade e também fez contato com outros parceiros, como, por exemplo, donos de lojas de material de construção. “Nos unimos e conversamos com a família, que aceitou a ajuda. Locamos um imóvel para eles, derrubamos aquela casa, já praticamente destruída, e iniciamos o processo de construção. A ideia ganhou o nome de Projeto Sonho Meu”.
Rust Kleber disse que um dos parceiros montou a casa com placas pré-moldadas, matéria-prima fornecida pelas lojas de material de construção. “Em dois finais de semana, com a participação dos alunos da universidade, a casa estava em pé. Depois, foi a vez da estrutura metálica para a cobertura”.
Segundo o engenheiro, o cronograma da obra atrasou um pouco. “Por conta das férias dos alunos, do final de ano e ainda a pandemia que chegou logo em seguida, o trabalho levou mais tempo do que o previsto. Enquanto isso, providenciamos mobília para a casa toda, como fogão, geladeira, camas, sofás, cortinas, TV etc. Entregamos a casa em 11 de julho de 2020. Por coincidência, dia do aniversário de Andradina. Rust Kleber frisa que, durante toda a execução do projeto, contou com o apoio da Associação dos Engenheiros, Agrônomos e Arquitetos de Andradina e Região”.
MAIS
O presidente da Associação, que foi o responsável técnico pelo projeto dessa primeira casa em Andradina, afirmou que, depois dessa entrega, já foi procurado por empresas da cidade que demonstraram interesse em fazer parte do projeto. “Isso mostra que podemos seguir com a ideia, a iniciativa pode ser aplicada em outras cidades e o apoio das Entidades de Classe é fundamental para o sucesso”.