Coronavírus,o incógnito inimigo

Maria de Lourdes Piedade Sodero Martins

 

Se o temor é grande, a fé deve ser maior.  E nossa transformação como ser racional, imediata!  O caos se instalou, o medo se faz presente. Os céus num comando de alerta clamam aos terráqueos, mudanças emergenciais: novos projetos para a valorização da vida, esta, muitas vezes complexa e absurda quando poderia ser mais simples e verdadeira. O eco divino está soando universal!

Entenda-se por eco, a voz da natureza enferma, desacreditada dos filhos da Terra. Impossível conviver com a insanidade humana, no entanto, paciencioso o Planeta sobrevive à duras penas.  O desafeto com a Criação, o desrespeito para com os “dons” da Terra, suas matas, animais, rios e mares, suas projeções naturais “implantadas” há milhões de anos, atacadas,destruídas sem a mínima consciência ou entendimento.

Tão incompreendido, tão “machucado” este Planeta Azul resolveu se rebelar, com razão!  Sem grandes alardes, contundente e silencioso iniciou seu ataque viral. Estava sendo necessária uma pausa, uma tomada de consciência pois, acomodadas, as criaturas humanas acostumadas a explorar, se apossar e danificar o meio ambiente, a natureza, permanecem alheias aos necessários e urgentes resgates para a dificílima, quase impossível sobrevivência do Universo, pelo estado em que se encontra.  O chamado às “ almas vivas” ao clamor da Mãe Terra para um verdadeiro renascer consciente em relação ao mundo no qual vivemos, vem a longo, longo tempo.  A vida inquietante e opressora, infelizmente desregrada afastou as famílias do Criador.

Os dias se excedem em inúmeros registros e compromissos estressantes:  atividades familiares, reuniões de departamento, horários com a empresa ou trabalho, chamadas escolares dos filhos, compras, alimentação, consultas e outros consumos caseiros, muitas vezes desnecessários.  Inventamos tarefas extras.  Percebe-se o número crescente de pessoas envolvidas em multitarefas, nem sempre bem cumpridas; viciadamente encaixadas na agenda diária, tais atividades acabam por não ser realizadas com a devida atenção e competência.  Essa “loucura” cotidiana há muito estava levando a todos a um verdadeiro colapso.

De repente paramos todos!! Conscientes ou não, de bom grado ou contrariados, todos sem exceção presos por terríveis circunstâncias evidentes, confusas às vezes, até meio misteriosas, sem previsão exata de soluções, de cura.  E o que fazer?  A dor, o medo, são de tantos tamanhos!  A regra é simples.  Todos em clausura.  Quão frágeis somos!  Quão vulneráveis!  Lutamos tanto por certas conquistas, às vezes tão efêmeras e oranos vemos sem armas, passíveis, assustados à mercê dos acontecimentos imprevisíveis, à espera de um milagre!

Que esta derrota social, dramática e dolorosa experiência, tenha um sentido Maior: a redescoberta da simplicidade e o desejo de um viver singelo, não contaminado pelo egoísmo, soberba. Que cesse a correria louca por acúmulo de bens, status e tenham fim os consumos exagerados, desnecessários.  Infelizmente nota-se cada vez mais a escassez do amor à vida e ao semelhante; o esquecimento do que realmente importa e é primordial: o respeito e afeto pelos que nos cercam, a transparência nos gestos e atitudes.

Haverá tempo para uma retomada saudável, autêntica, isenta de prepotência, ganância e preconceito?  Tomara que sim!  Que não haja desconforto ou intolerância em relação àqueles que têm crenças ou pensamentos diferentes dos nossos. Que renasça a Igreja doméstica familiar há muitoesquecida!   A  espiritualidade  praticada com verdadeira devoção nos leva ao alcance de  novas esperanças.  O período incerto e preocupante que estamos enfrentando nos propõe a busca de algo a mais. Aquela Força Superior que tudo pode, a Supremacia que nos governa e nos conduz. O Deus de cada um! Aquele que nos dará amparo e equilíbrio para o sério enfrentamento em relação `a ”peste” que atacou a humanidade e continua a espalhar medo e desordem.

Responsabilidade e cuidados são importantíssimos, imprescindíveis para que sejamos vitoriosos. Esforcemo-nos! Ousemos redescobrir a vida pela pulsação do nosso coração, tão frágil e temeroso neste momento em que um praticamente invisível e ”simplíssimo vírus”embrenhou-se no Planeta para coroá-lo com a morte! Já chega!Adeus, “Coronavírus”, adeus! Por favor!

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Maria de Lourdes Piedade Sodero Martins é professora aposentada

 

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