Adolpho Queiroz –
O presidente da Sociedade Brasileira de numismática, Gilberto Fernando Tenor, visitou a última reunião do Clube filatélico de Piracicaba, realizada em novembro no NEA, antigo Mirante. Ele acompanha os movimentos filatélico e numismático de nossa cidade desde os anos de 1990, quando eram notáveis da instituição Lauro Natali, Danilo Sancineti, Nelson Spada e dr. João Caruso. Possui também grande ligação com o a numismática em sua terra natal, Sorocaba.
“Era um tempo importante, vínhamos com vans lotadas para as reuniões aqui em Piracicaba, que é uma das pioneiras na organização de clubes de colecionistas destas áreas”, afirmou Tenor.
“Quando soube da reorganização do clube aqui em Piracicaba, fiquei muito feliz e me comuniquei com o novo presidente, Paulo Araripe, me colocando a disposição para as ações futuras do nosso velho clube”, afirmou.
E embora, como disse, “a filatelia seja a mãe das coleções, só de termos este novo convívio, ajuda muito a divulgar nossa área, promover encontros, trocas de experiências, fomentar o comércio, e difundir a cultura do colecionismo”, disse Tenor.
Ele informou ainda que possui uma coleção muito grande de carimbos comemorativos sobre eventos filatélicos aqui de Piracicaba, e deverá disponibilizá-los para o clube local em breve. “O que eu tiver no meu acervo sobre Piracicaba, enviarei a vocês, porque confio que estará o, a partir de agora, em boas mãos”, confirmou o presidente.
Pessoalmente, possui selos onde coleciona temas brasileiros. E na numismática informa que 1’gosto muito deste campo, sou um estudioso e pesquisador, além de gostar muito também da história postal do nosso país. Recentemente quando fui a Brasília, consegui uma folha filatélica autografada pelos ex-astronauta americano New Armstrong.”
E concluiu informando que vai ajudar o clube local “a constituir uma nova sede, para que possa abrigar acervos, reuniões e estimular o diálogo com colecionistas da cidade e região”.
SPADA
Outra figura histórica do colecionismo local é o comerciante Nelson Spada, que já foi vice presidente, tesoureiro, entre outras funções no Clube Filatélico e numismático de Piracicaba. Além de selos, moedas, coleciona um sem número de itens, que vão de fichas, cartões telefônicos, cupons de pedágios, cassinos até dos Alcóolatras Anônimos, entre outras instituições.”. Ele começou a participar do Clube em 1967, pois tinha o costume de guardar sempre em seu estabelecimento comercial, os envelopes de cartas que eram recebidas, ainda quando trabalhava na empresa Sobar Reflorestamento em nossa cidade, sob a direção do engenheiro Gui Alberto Retz.
Certa vez, ganhou de um amigo vendedor, um álbum para colecionar selos “e daí em diante, não parei mais, sempre com apoio de amigos e entusiastas da nossa área”
Entende também que no ovo momento vivido pelo clube de Piracicaba, em ase de reorganização “é muito bom, temos que apoiar os novos dirigentes, pois o colecionismo nos leva a uma nova dimensão da nossa própria história, quer seja de Piracicaba, do Brasil ou do mundo, com seus costumes, personalidades, flora, fauna, esportes, figurinhas de times de futebol, entre outros tantos itens que difundem essas culturas particulares.”
E entre as curiosidades que comentou estão a de amigos que “colecionam como embalagens de cigarros, embalagens de pasta de dente, entre outras”.
“De lá, para cá, sempre participei com imensa alegria das atividades e as várias fases vividas pelo nosso clube. Que começou suas atividades na rodoviária Presidente Kenedy, depois mudou-se para uma outra rodoviária que funcionava próxima das atuais instalações na Avenida Vollet Sachs, voltou aqui para o centro no antigo prédio onde funcionava a Faculdade de Odontologia, na rua D. Pedro e, por fim, nossa última sede tinha sido numa sala da Associação dos Aposentados da Dedini, na Vila Rezende, onde tínhamos mobiliário, acervo de revistas filatélicas, móveis, livros de atas, regimentos que se perderam, infelizmente.” Na época, o clube chegou a ter 180 associados em Piracicaba.
Embora hoje a emissão de selos tenha se restringido muito, pois os Correios utilizam-se de expedições mecânicas, o colecionismo permanece vivo em nossa cidade.
MOEDAS
Das várias preciosidades expostas na última reunião do clube, estava o “Livro das Moedas do Brasil, 1643 a 2024”, de autoria de Cláudio Patrick Amato e Irlei Soares das Neves, que reúne um pouco da trajetória das moedas no nosso país nos períodos da colônia, reino unido, império e república, já em sua 17ª. edição, que consegui com o amigo Adilson Pereira, um dos entusiastas da numismática em nossa cidade.
Destaco aqui um “recado dos autores, transcrito da pagina 5 do livro. A saber:
“Muita coisa aconteceu desde junho de 2021, quando lançámos a 16ª. edição deste livro. Foram três anos recheados de fatos e acontecimentos que, de Irei maneira definitiva interferem no colecionismo numismático, principalmente no que diz respeito às moedas de ouro e prata.
Naquele momento estávamos aos poucos nos afastando da pandemia com os preços das moedas em alta, pois havia muito dinheiro no mercado e o confinamento impedia que fossem gastos em outras atividades, além do ao muito tempo disponível para que os colecionadores voltassem a se ocupar de suas coleções. Foi quando explodiram os leilões e sites numismáticos onde moedas eram adquiridas de casa, através de um clique.
Passada a euforia dos momentos de reabertura, outros acontecimentos foram incluídos na equação dos preços, principalmente as guerras da Rússia x Ucrânia, e Israel x Hamas que fizeram que, depois de um período de relativa estabilidade, os preços dos metais nobres voltassem a subir fortemente.”
A obra destaca ainda que depois do seu descobrimento, o Brasil foi palco de diversas manifestações artísticas, econômicas e técnicas que envolveram a criação, o fabrico e utilização de moeda metálica corrente.
Com a chegada das primeiras missões, supõe-se que a presença de várias moedas de D. Manuel I, o Venturoso, que reinou no período de 1495 a 1521. No reinado de D. João III (1521/1557) a ideia permaneceu, uma vez que a presença das missões não formaliza a circulação oficial de numerário próprio. No período do reinado de D. Sebastião (1557/1578) começa a ser reconhecida a circulação, ainda que informal de moedas de cobre e prata no Brasil daqueles dias.
Com 464 páginas, que apresentam a história das moedas em nosso país, o livro possui centenas de ilustrações de moedas dos vários períodos, e seus custos de comercialização atuais, que certamente, serão atualizados ano a ano, em formato de livros ou nos espaços digitais que existem e são reconhecimentos formalmente pelos colecionistas.
ARARIPE
Para o atual presidente do Clube Filatélico de Piracicaba, o engenheiro agrônomo Paulo Araripe, “tem sido importantes os nossos encontros mensais no NEA. Recebemos no primeiro 25 visitantes, no segundo 45 e no ultimo, a ser realizado hoje lá no antigo Mirante, das 9hs. ao meio dia, nossa expectativa é também de receber muitos amigos de nossa cidade e da região”.
A se registrar também a exposição realizada pelo clube na Casa do Povoador, sobre selos históricos da cidade de Piracicaba, que recebeu mais de 300 visitantes, de Piracicaba, cidades da região e de outros estados brasileiros, em agosto no ano de 2023, quando houve a rearticulação do clube na cidade.
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Adolpho Queiroz, professor universitário, jornalista, escritor, doutor em Comunicação