Em Maria, Deus se encarnou na Humanidade

Antonio Oswaldo Storel

Para algumas pessoas, a encarnação de Deus no seio da Virgem Maria em determinado momento da história da humanidade, é um mistério difícil de entender e aceitar. Muitos questionamentos são trazidos à tona por essas pessoas incrédulas que exigem comprovações científicas, cronologia de datas e uma série de outros detalhes que a pobre inteligência humana fica a exigir sobre o nascimento de Jesus Cristo, como um ser humano, no meio de nós.

Somente a fé em um Deus Criador de todas as coisas, todo poderoso e misericordioso e que é a própria essência do amor nos ajuda a aceitar sem qualquer contestação aquilo que as Escrituras nos revelam sobre essa atitude de imenso amor, de entrega total de seu Filho Único  para resgatar a dimensão divina de todas as criaturas humanas do planeta. E que resgate difícil, do ponto de vista humano, foi esse de um Deus feito Homem ter que dar a própria vida em sacrifício para libertar todos os homens e mulheres do mundo.

Quando nos aproximamos das comemorações do Natal, vamos nos deixando invadir por um forte sentimento de amor que se irradia qual raios luminosos, espalhando o desejo de felicidades a todos com que nos relacionamos. É a luz da estrela desse Menino que nasce numa gruta em Belém que toma conta de nós e provoca esse reflexo no nosso entorno. Não há porque questionarmos detalhes como data, quem era o rei, como Maria ficou grávida sem conviver com José, porque nascer numa gruta, enfim, a forma que o Deus Criador utilizou para que tivéssemos a sua presença humana entre nós a nos mostrar os caminhos do seu projeto.

Basta acreditar, com fé verdadeira, que Deus está conosco na pessoa do seu Filho. Esta mesma fé que nos leva a agir segundo o projeto que Ele nos deixou e entender que em todos os instantes da nossa vida Ele está conosco e mantém a nossa respiração, o pulsar dos nossos corações, a clareza da nossa razão, a objetividade das nossas ações em favor dos nossos irmãos.

Os versos de Roberto Carlos na canção “O Terço” são muito expressivos: “Com o terço na mão e com fé, aprendi Mãe querida, que aceitar a vontade de Deus é o maior bem da vida! Que ajudar um irmão no instante do seu sofrimento, é amar nosso próximo e servir a Deus Pai nesse momento.” Em outros versos o artista fala com profunda inspiração: “Nos mistérios comtemplo, o nascer de Jesus e a alegria; na paixão, por amor, preso à Cruz, sua dor e agonia; sua ressurreição e ao céu a ascensão no terceiro dia; vossa coroação junto a Deus, Coração de Maria”.

Para esse Deus de Amor maravilhoso, nada é impossível! E não é a nossa vontade, humana e cheia de falhas, que deve prevalecer. Mas sim aceitarmos a Vontade do nosso Pai, mostrada na vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, colocando-a em prática,  em nossas vidas.

Tudo isso é tão bom e bonito e nos preocupa o porque  de não conseguirmos nos entregar plenamente à vontade de Deus e ficamos a todo instante questionando-O porque permite tantos acontecimentos nefastos, tantas maldades, porque permite que tantos seres humanos percam  suas vidas, porque tantas crianças concebidas sejam impedidas de nascer, porque tantas injustiças na vida da sociedade?

E a resposta é o próprio Jesus que nos mostra em seus Evangelhos: tudo o que Ele fez no mundo em nome do Pai, foi pela grandeza da fé das pessoas que chegavam até Ele. Aí está o grande segredo: a fé! É por isso que nas missas em que participo, sempre, no momento da consagração do pão e do vinho que se transformam em corpo e sangue de Jesus Cristo que nos redimiu, eu peço, de coração: “Jesus, eu creio, mas aumenta a minha fé!”

É essa mesma fé que nos levará à celebração de um Natal repleto de espiritualidade, onde o Menino Jesus será o centro das atenções, da nossa alegria e da nossa felicidade. Desejo que o Menino Deus, que aos 33 anos de idade entregou sua vida por nós, esteja nos corações de todos e todas que nos acompanham neste cantinho e possa “clarear o caminho daqueles que vivem perdidos e olhar por aqueles que o mundo deixou esquecidos”.

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Antonio Oswaldo Storel, membro do IHGP; Ex-Vereador (1997/2008); Ex-Presidente da Câmara Municipal (2001/2002); Fundador e 1º Presidente da EMDHAP (1991/1992)

 

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