“Quem estava ali protestando foi vítima das agressões policiais, com bombas, cassetetes e escudos”, disse a deputada estadual
A segunda presidenta da Apeoesp, a deputada estadual Professora Bebel (PT) denuncia que o governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, fez uso da força da Polícia Militar para impedir manifestações e garantir a realização do leilão para privatização de 16 escolas da rede estadual de ensino, na tarde de segunda-feira (4), na Bonespa, no centro de São Paulo. Bebel diz que apesar da truculência, o governador não conseguiu impedir manifestações, com professores, estudantes, pais e lideranças de movimentos sociais criticando duramente a entrega de escolas estaduais ao capital privado.
De acordo com a deputada estadual piracicabana, “quem estava ali protestando contra essa negociata e desmonte da educação pública estadual foi vítima das agressões policiais, com bombas, cassetetes e escudos. Eu própria, deputada estadual, fui vítima desta truculência, quando policiais tentaram impedir minha passagem com empurrões”, contou Bebel, que teve diversas imagens em redes sociais mostrando a situação que enfrentou.
O protesto, como destaca Bebel, foi contra o desmonte da educação pública” e para deixar claro a discordância dos professores e da sociedade com a privatização de escolas, uma vez que a educação pública deve ser prestada pelo Poder Público, já que qualifica-se como serviço público essencial que se constitui dever do Estado, conforme definido nos artigos 6º, 24, inciso IX, e 205 da Constituição Federal, tese que inclusive foi destacada pelo juiz do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Luis Manuel da Fonseca Pires, que chegou a concedeu liminar à ação civil pública movida pela Apeoesp suspendendo os leilões do governo do Estado de São Paulo de privatização de escolas estaduais, mas que acabou cassada pela presidência do próprio Tribunal de Justiça.
No leilão desta segunda-feira, foram privatizadas 16 escolas estaduais, nas cidades de Aguaí, Arujá, Atibaia, Campinas, Carapicuíba, Diadema, Guarulhos, Itapetininga, Leme, Limeira, Peruíbe, Salto de Pirapora, São João da Boa Vista, São José dos Campos, Sorocaba e Suzano. Na última terça-feira, 29 de outubro, no primeiro leilão, foram privatizadas 17 escolas estaduais, nas cidades de Araras, Bebedouro, Campinas, Itatiba, Jardinópolis, Lins, Marília, Olímpia, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, São José do Rio Preto, Sertãozinho e Taquaritinga.
Com a privatização destas 33 escolas, Bebel diz que o governo do Estado de São Paulo dará milhões mensais a empresas privadas, enquanto quer cortar R$ 10 bilhões da educação por meio da PEC 9/2023 que tramita na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. No entanto, a Professora Bebel diz que “nossa luta contra as privatizações irá continuar, por todos os meios possíveis. Nas ruas, nas escolas, no judiciário e em todos os espaços, estaremos mobilizados contra este e outros ataques. E de olho na pauta da Assembleia Legislativa. Todos nós precisamos transformar nossa indignação em movimento. Só assim conseguiremos barrar o autoritarismo deste governo e o desmonte da escola pública”, destaca a deputada piracicabana e segunda presidenta da Apeoesp.