Caldeirão Político

ENCONTRO DE AMIGOS

O ex-ministro da Saúde no governo de Fernando Henrique Cardoso e ex-prefeito de Piracicaba por três mandatos, Barjas Negri, esteve, terça-feira (29), no restaurante Pintado na Brasa, num encontro informal com Fábio Prieto, secretário de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, e com Raul Cristiano, secretário adjunto da mesma pasta. Os dois estavam a caminho do encontro de prefeitos em Águas de São Pedro e aproveitaram a ocasião para um bate-papo descontraído.

 

DECISÃO – I

Do ministro Kássio Nunes Marques, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deferiu a candidatura de Gesial Alves Maria, o Gesiel da Madureira. Filiado ao MDB – do candidato a vice-prefeito derrotado, André Augusti –, ele obteve 2.403 votos, mas que estavam impugnados, por conta de uma decisão do TRE-SP que barrou o registro da candidatura de Gesiel.

 

DECISÃO – II

O controverso deferimento da candidatura de Gesiel da Madureira girou em torno da aplicação da alínea “k” do inciso I do artigo 1º da Lei Complementar 64/1990, que determina a inelegibilidade de políticos que renunciam a seus cargos após a apresentação de petição capaz de autorizar a abertura de processo por violação a normas constitucionais ou legais.

 

DECISÃO – III

De acordo com a decisão, pedido de informações feito à Câmara de Iracemápolis, referente a prestação de contas de viagens de Gesiel, não é suficiente para gerar processo de cassação de seu mandato – e de seus direitos políticos –, antes da sua renúncia que ocorreu em 13 de dezembro de 2023. O processo administrativo foi aberto somente em janeiro de 2024.

 

DECISÃO – IV

Com essa decisão, os 2.403 votos que Gesiel da Madureira (MDB) obteve nas eleições municipais passam a ser contados pela Justiça Eleitoral. O partido, que já conseguiu a vaga de Edson Bertaia, que obteve 3.502 votos, pode, com os votos de Gesiel, obter mais uma vaga, obtendo bancada com duas cadeiras na legislatura 2025-2028 na Câmara Municipal de Piracicaba.

 

NÃO OFICIAL

A decisão de Nunes Marques, assinada na terça-feira (29), mas repercutida ontem (30), deixou os bastidores da política piracicabana em polvorosa durante toda a quarta-feira. Nos lados do Prédio Prudente de Moraes, sede do Legislativo piracicabano, há gente fazendo contas para saber, primeiro, se Gesiel terá a vaga; e, segundo, se ele entra, quem sairia?

 

ESPECULAÇÃO

A principal especulação que correu na chamada “rádio peão” durante todo o dia é que, se eventualmente, Gesiel assumir, quem perde a cadeira é o vereador Fabrício Polezi, detentor da última vaga do Partido Liberal (PL), que, ao invés de cinco, faria quatro cadeiras no Legislativo. Como este Capiau, idoso e cansado, é ruim de conta, ele aguarda a contabilização oficial da Justiça Eleitoral antes de dar qualquer afirmativa.

 

PASTORES

Se o candidato Gesiel da Madureira for confirmado como vereador eleito, a bancada dos pastores ganha mais um reforço – já estão garantidos na próxima legislatura os pastores Rerlison Rezende (PSDB) e Edson Bertaia (MDB), ambos da Igreja Quadrangular. A mudança pode ser decisiva para a definição da próxima Mesa Diretora do Legislativo piracicabano. Mas como este Capiau não gosta de especular, apenas aguarda.

 

LIÇÃO — I

A dura derrota de Barjas Negri, enterra juntamente com ele o seu partido, o já moribundo PSDB, segundo o que este idoso, cansado e experiente Capiau tem escutado na praça política, especialmente de colaboradores que foram e são oposição ao ex-ministro da Saúde de FHC.

 

LIÇÃO — II

A postura personalista e centralizadora do ex-prefeito Barjas Negri (PSDB) — cujos méritos nunca foram negados e que tem muito a oferecer como administrador público — levou a erros político-eleitorais, tirando-lhe o espaço na política atual, apesar da boa votação. E essa percepção Barjas Negri não teve em 2020 também.

 

LIÇÃO — III

Omitir seu candidato a vice-prefeito, o jovem André Augusti (MDB), em toda a campanha, como alertado por várias vezes por este idoso e cansado Capiau, pode ter contribuído para a derrota. Ou, no mínimo, para mostrar a centralização egoística do ex-prefeito. Foram as fotos dos banners, por exemplo, que registraram isso. Poucos casos de foto, apenas nas movimentações do próprio candidato a vice.

 

LIÇÃO — IV

Nas redes sociais também se observava isso, nada do vice André Augusti, que, por outro lado, se esforçava sozinho, cumprindo seu papel, fazendo campanha pelos bairros e corredores comerciais, distribuindo o santinho do chefe, e cumprimentando as pessoas. Ver artigo do emedebista histórico Fausto Longo na página 3 desta edição.

 

LIÇÃO — V

Resumo da ópera caipiracicabana: Barjas Negri não soube se reinventar, abrir espaços, e não aprendeu, mesmo com a humilhante derrota em 2020, para o atual prefeito Luciano Almeida (PP). Continuou seu velho jeito de fazer política, criticando diariamente a atual gestão pelos erros, e trazendo para si os créditos pelos acertos. Detalhe: méritos seus nunca lhe foram negados, pelo menos nesta coluna.

 

SUGESTÃO

E ainda este idoso e cansado Capiau não mede esforços em garantir que, tendo sido autorizado a ser candidato a prefeito, por que não Barjas Negri (PSDB) voltar à administração pública? Há muitos cargos, e a República perde com sua ausência, já que tem competência para contribuir em várias áreas das quais é doutor ou mestre ou professor. Há líderes — o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), por exemplo — que sabem disso. O que faltaria?

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