Conflito violento em escola reforça necessidade de segurança na educação pública de Piracicaba

Micaela Bariotto

 

Na tarde de ontem, durante a saída dos alunos da Escola Juliana Dedini Ometto, um grave incidente de agressão envolvendo familiares de uma criança e funcionárias da unidade escolar ocorreu, gerando indignação e trazendo à tona questões urgentes sobre a segurança nas escolas.

O caso começou quando uma mulher, ainda não identificada, tentou retirar uma criança sem se identificar ou se apresentar à professora responsável. Seguindo os protocolos de segurança, a docente questionou a identidade da mulher e explicou que precisaria verificar a autorização de saída da criança. Ignorando as orientações, a mulher retirou a criança da sala e a encaminhou desacompanhada para um carro.

Ao perceber a irregularidade, a professora interveio e descobriu que a mulher não estava autorizada a retirar a criança. A mulher alegou que a pessoa autorizada estava no veículo, mas, pouco depois, uma segunda mulher, até então desconhecida, adentrou a escola. Visivelmente irritada, ela foi encaminhada à secretaria para formalizar a retirada da criança, mas se exaltou ao ser informada sobre as normas da instituição.

Nesse momento, a situação se agravou. A mulher, que estava grávida, partiu para agressões físicas contra a diretora e a professora. Durante o tumulto, a gestante caiu, o que provocou uma reação ainda mais violenta. A primeira mulher, que havia retirado a criança, entrou na escola e também agrediu as educadoras com socos, chutes e empurrões, além de proferir ameaças verbais. Outros familiares chegaram em seguida e continuaram com as agressões.

Diante da situação, as professoras e a diretora precisaram se esconder em salas de aula até a chegada da Guarda Civil. Após a intervenção policial, todas as partes foram encaminhadas ao Distrito Policial, onde registraram o boletim de ocorrência, classificado como lesão corporal.

O episódio gerou grande preocupação entre os servidores da escola, que lamentaram a falta de segurança. “Infelizmente, não vimos qualquer posicionamento imediato da Secretaria Municipal de Educação. Muitas vezes solicitamos mais segurança nas escolas, mas nada é feito. É desanimador e triste saber que estamos expostos a esse tipo de violência sem qualquer proteção”, relatou uma professora.

Esse incidente reacende a discussão sobre a urgência de implementar políticas de segurança nas escolas, especialmente em um momento em que a violência parece estar se tornando mais frequente nas instituições públicas de ensino. A ausência de medidas por parte da gestão municipal apenas aumenta o sentimento de desamparo entre os profissionais da educação, que lutam por um ambiente de trabalho mais seguro.

A tragédia reforça a necessidade de valorizar e proteger os servidores escolares, garantindo que as escolas sejam espaços de aprendizado, respeito e segurança para todos. A violência contra professores e funcionários não é um caso isolado e faz parte da rotina de diversas escolas no Brasil. Urge a criação de uma rede de proteção e a implementação de políticas públicas que assegurem a segurança de todos que atuam nas escolas.

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Professora Micaela Bariotto, do Movimento “Luto pela Educação”

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