O número de empresas voltadas ao segmento pet na região de Piracicaba dobrou nos últimos seis anos, conforme levantamento do Sebrae-SP, com base em dados da Receita Federal. Os dados incluem Microempreendedores Individuais (MEIs), Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP).
Em 2018, nas 17 cidades de abrangência do Escritório Regional do Sebrae-SP em Piracicaba haviam 1.064 empresas do segmento. Em 2024, o número saltou para 2.082, uma alta percentual de 96%. Especificamente na cidade de Piracicaba, em 2018 haviam 298 empresas e em 2024 esse número aumentou para 568 negócios voltados ao segmento pet.
As informações são referentes a empresas cadastradas em cinco segmentos voltados a cuidados com animais de estimação: comércio varejista de medicamentos veterinários, comércio varejista de animais vivos e artigos e alimentação para animais, atividade veterinária, alojamento de animais domésticos e higiene e embelezamento de animais domésticos.
Segundo o consultor de negócios do Sebrae-SP, Eduardo Mercadante, essa alta foi estimulada por uma mudança no comportamento do consumidor. “O consumo é movido pelo desejo e o desejo das pessoas é por relacionamentos, que hoje vêm sendo preenchido muitas vezes pela presença de um pet, com as pessoas buscando suprir necessidades desses animais. E são cada vez mais complexas, na medida em que também se torna mais complexa a consciência dessas necessidades por parte do tutor. Por isso, o mercado pet se desenvolve tanto, com as pessoas buscando adquirir bens e serviços que expressem esse reconhecimento e o desejo de atender às necessidades dos animais, além da própria necessidade de sentir-se responsável e provedor”, argumenta.
Ele também explica que o nível de consciência da população a respeito dos animais de estimação aumentou. “Algumas décadas atrás, matar um passarinho com estilingue era alguma coisa muito aceitável, às vezes estimulada até dos pais para os filhos. Mas hoje em dia o nosso nível de consciência a respeito da capacidade de sentir dos animais nos constrange a respeitar, de uma maneira diferente de uma ou duas gerações atrás”.
Essa mudança no comportamento e na percepção das pessoas gerou também aumento na demanda por veterinários, seguros e vários itens voltados aos pets. “Todo o mercado ligado a isso, como vestimenta, utensílios, higiene, mobiliário, mobiliário próprio ou mobiliário adaptado, tudo isso hoje integra uma economia de mercado que cresce, que dobra, porque o nível de consciência das pessoas sobre a importância e relevância dos animais também aumenta”, finaliza.