#FALAPAULOSOARES – Altruísmo: um caminho de vida para o bem comum

Recentemente, fui chamado de “altruísta” e, confesso, a princípio não sabia o que o termo significava. Ao buscar entender, descobri que ser altruísta é muito mais do que ajudar ao próximo — é uma postura de vida. E, ao compreender o que estava por trás dessa palavra, me senti lisonjeado por ser visto dessa maneira.

Mas, afinal, o que é ser altruísta? Altruísmo é o princípio de agir em benefício dos outros, muitas vezes colocando as necessidades alheias à frente das próprias. Uma pessoa altruísta é aquela que age com genuína compaixão, movida pelo desejo de contribuir para o bem-estar de outros, sem esperar nada em troca. Entre as características de uma pessoa altruísta estão a empatia, a generosidade, e a capacidade de se sacrificar pelo bem comum.

O altruísmo, no entanto, não é uma qualidade inata que algumas pessoas simplesmente têm e outras não. Ele pode ser cultivado. Tornar-se altruísta requer uma mudança de perspectiva, onde o “eu” dá lugar ao “nós”. Essa mudança começa com pequenas ações: ouvir alguém com atenção, dedicar tempo ao voluntariado, ou mesmo fazer um esforço consciente para entender as dificuldades enfrentadas por outras pessoas. O altruísmo também pode ser visto como uma prática contínua de autoconhecimento, onde identificamos e enfrentamos nossos próprios preconceitos e egoísmos.

Ações que refletem altruísmo vão desde pequenos gestos, como ajudar um vizinho com suas compras, até grandes atos de sacrifício pessoal. É essa disposição de servir que define o verdadeiro altruísmo. Contudo, o altruísmo não deve ser confundido com a negação total das próprias necessidades—é possível ser altruísta e, ao mesmo tempo, cuidar de si mesmo.

É interessante observar como o altruísmo é visto por diferentes culturas. Em muitas tradições orientais, como o budismo, o altruísmo é considerado uma virtude essencial, um caminho para a iluminação. No cristianismo, ele é manifestado através do conceito de caridade, onde o amor ao próximo é um mandamento fundamental. Já em culturas indígenas, o altruísmo é frequentemente integrado ao conceito de comunidade, onde o bem-estar coletivo supera as necessidades individuais.

Ao refletir sobre essas diversas perspectivas culturais, fica claro que o altruísmo é uma virtude universalmente valorizada, apesar de suas expressões variarem de acordo com o contexto. Ele é, em essência, um ato de amor, respeito e responsabilidade para com os outros.

Para mim, ser chamado de altruísta foi um reconhecimento de algo que, até então, fazia parte da minha vida de maneira intuitiva, mas sem que eu o rotulasse assim. Como presidente do Caphiv, dedico-me diariamente a ações que buscam melhorar a vida de pessoas em situações vulneráveis. E, ao ser reconhecido por isso, reforço o compromisso de continuar trilhando esse caminho. Porque, no fim, ser altruísta é isso: escolher, todos os dias, fazer o bem, independentemente das circunstâncias.

 

Paulo Soares, presidente do Caphiv (Centro de Apoio ao HIV, Aids, Sífilis e Hepatites Virais).

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