João Salvador
A dengue, velha conhecida dos brasileiros, vem infectando e matando como nunca e não se alardeia tanto quanto aos cuidados, aos perigos do contágio e sobre os efeitos dolorosos da doença. Nem a forma de evitar a presença do agente transmissor, o mosquito Aedes egypt.
Bem diferente dos tempos da pandemia da Covid e entre 2020 e 2021, não havia outro assunto a não ser o do coronavírus, causando pânico, enquanto as mortes causadas por dengue, nem pareciam existir. O medo da Covid era tanto que em dezembro de 2021, 172 milhões de brasileiros – cerca de 80% –, já haviam sido vacinados com duas doses da vacina experimental.
O terror na tela, a sentença iminente de morte, covas abertas para os sepultamentos. Vírus no ar, confinem-se em casa, coloca a tira de pano no rosto, era o recado incisivo. Empresários aturdidos, na dúvida se paralisavam as atividades e dispensavam, temporariamente, os funcionários. O confinamento horizontal desmedido entre crianças, jovens e idosos deixou marca perdurante.
A dengue é transmitida por um mosquito e a Covid, possivelmente por um morcego. Um vírus tem a ponte entre pessoas, já o outro, basta a picadinha da fêmea do mosquito contaminado.
Foram importadas seis milhões de doses de vacina para os quatro sorotipos, duas doses para cada cidadão, o suficiente apenas para três milhões, menos de 1,5% da população. Mais de quatro mil óbitos foram registrados, com outras mortes a serem avaliadas. Os números mostram o recorde da terrível doença no Brasil. Seis milhões de brasileiros reclamando da amarga experiência. O pior dos sorotipos é a hemorrágica, que faz despencar as plaquetas da coagulação.
Apesar de poucas doses disponíveis, a procura é baixa, poucos confiam nas vacinas, depois de se submeterem aos experimentos, porque muitos dos vacinados se contaminaram e outros até morreram. Por outra parte, os efeitos colaterais das vacinas experimentais vêm causando vítimas pelo mundo, de acordo com a análise de diversos especialistas, o que justifica a baixa adesão para qualquer tipo de vacina, mesmo as seguras.
Com a mutação do vírus da Covid surgiu uma cepa mais tolerante, que talvez não valha a pena arriscar, a não ser os que têm certas comorbidades. À época, estudos indicavam alguns medicamentos eficientes no tratamento precoce contra o vírus, contudo, a sanha do lucro e das negociatas das indústrias farmacêuticas, não admitiram sua administração e muitas vidas deixaram de ser salva.
Mesmo que opte pela imunização vacinal contra a dengue, não deixe de adotar os cuidados básicos para evitar que o mosquito se prolifere, tais como: não deixar a água contida em pneus, em vasos de flores, piscinas sem cloro, fazer a limpeza de caixas d’água e de calhas entupidas, enfim, em qualquer recipiente armazenador de água. De olho também, nas casas sem ocupação ou em construção e denunciar, se for o caso. Lembre-se, sem larvas não tem mosquito.
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João Salvador, biólogo e articulista