As “ricas favelas”

Douglas S. Nogueira

Existem uns lugares não somente nas grandes cidades, como também nas pequenas e médias, onde predomina uma riqueza sem igual, digna de toda atenção, principalmente dos chamados “caçadores de talentos”. Esses locais nada mais são que as inúmeras e desprezadas favelas, ou melhor, “ricas favelas” espalhadas por todo nosso país e em grande parte do mundo.

Nelas se encontram sonhos, desejos avassaladores de avanço na vida e uma enorme, incrível quantidade de talentos esquecidos e abandonados, apenas pelo simples fato de mostrarem a sociedade, as condições desastrosas de vida as quais vivem e por isso essas aptidões, nenhum valor possuem e são jogadas ao vento.

A humanidade em geral é injusta consigo própria, pois a sede de crescimento desse povo o qual a vida resolveu enviar às favelas é algo digno de respeito e portanto nada mais justo, que abrir-lhes passagem, ajudar-lhes a conquistarem um lugar ao Sol, porque poderá ser essa gente a detentora do progresso tão esperado por muitos países. Mas para isso acontecer, devemos olhar mais atenciosos e com amor às favelas, deixando de lado o obstáculo crucial desse objetivo, a discriminação e o preconceito para com esses milhares de sonhadores, sedentos por uma mão que os levarão ao sucesso na novela da vida.

Todos nós principalmente aqui no Brasil, nunca devemos nos esquecer que foram nas desprezadas favelas, que surgiram os grandes homens e as inesquecíveis mulheres, pessoas que deixaram em diversos casos, o rótulo de simples indivíduo para respeitada personalidade nacional. Os exemplos são inúmeros, mas citando apenas dois deles temos; os atuais craques Ronaldo “fenômeno” e o “imperador” Adriano, além de consagrados cantores, escritores e diversos outros modelos de talentos descobertos nas menosprezadas favelas brasileiras. No restante do planeta a lista é imensa, trazendo-nos mais uma quantidade inacreditável de ex-favelados que se tornaram referências mundiais. Deve se entender que; nos locais mais humildes e esquecidos estão os maiores cidadãos, pois esses sim dão valor ao maior presente da vida; viver.

As emoções são inevitáveis, ao conhecermos a história dessa ou daquela celebridade, favelada durante a noite e ao amanhecer encontrou-se entre as estrelas artísticas ou esportivas do mundo. Grandes e novos Pelés, Airton Sennas, Robertos Carlos, Dale Carnegies ou Charles Schwabs, podem estar escondidos, ou mesmo tentando aparecerem nas pobres, porém ricas favelas de todo o planeta. Não podemos também, deixarmos de falar das diferenciadas outras pessoas que “povoam as ricas”, entretanto “chutadas” favelas, como por exemplo, humildes vendedores de picolés e salgadinhos que se tornaram fortíssimos empreendedores, os quais hoje empregam inúmeros trabalhadores, meninas e meninos desacreditados (as) transformando-se em intelectuais que enriquecem ou enriqueceram a cultura do mundo, a simples boleira sendo essa proprietária atualmente da confeitaria mais procurada da cidade, entre tantas outras. O que essa gente precisa na verdade é uma chance, a oportunidade de demonstrarem o valor o qual possuem, de jogarem sobre a injusta sociedade a verdadeira riqueza de um ser humano, o talento nato enviado por Deus.

As favelas realmente nos dão tristeza e angústia, não é justo um ser humano digno de respeito viver acorrentado em lugares assim. No entanto, lá está a riqueza real, o caráter soberano, a vontade sem igual de prosperar e o valor exemplar que se dá a vida. Encontra-se tudo isso naqueles bairros sem iluminação, sistema de água, esgoto ou assistência médica, mas como o Pai celestial é e sempre será justo na questão de distribuição de suas bênçãos, com sua mão poderosa infiltrou em cada favela, centenas de talentos, que irão brilhar um dia tornando-se assim, eternos exemplos para a sociedade mundial.

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Douglas S. Nogueira, e-mail: [email protected] ; Blog: www.douglassnogueira.blogspot.com

 

 

 

 

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