Oratória na Era Digital

Fermino Neto

O QUE SE DIZ E COMO SE DIZ

Sempre que uma pessoa diz alguma coisa, corre o risco de não ser entendida totalmente.

O resultado alcançado no processo comunicativo é sempre proporcional à aplicação correta dos mecanismos disponíveis para uma comunicação eficaz.

Isso porque apresentam, como já sabemos, dificuldades tanto para falar com clareza quanto para ouvir com atenção.

Quanto mais atentos mais poderemos detectar os pontos de estrangulamento do processo comunicativo. Isso porque as pessoas normalmente só ouvem o que esperam ouvir.

Quando decidimos proferir um discurso ou gravar um vídeo temos que ter bem claro tanto o que vamos dizer quanto como vamos dizer. Uma coisa é o conteúdo da fala, outra forma de apresenta-lo.

Há um conjunto de técnicas que se pode desenvolver para conseguir encontrar assuntos, tipos de afirmações, negociações, perguntas, manter um tema, justificar uma posição oral e corporalmente. Essas técnicas são baseadas em diversas escolas, sendo a clássica lógica aristotélica talvez a melhor delas.

Há também um conjunto de técnicas especificas para se conseguir o “como dizer”: tonalidade da voz, postura corporal, gesticulação, olhar, uso do microfone, domínio da câmera, observação do ambiente, concentração e estilo de comportamento pessoal.

Isso tudo serve como base para quem visa capacitação na difícil arte das relações humanas, passando pela obrigatoriedade do poder de convencimento e de captação dos interesses dos outros.

No entando precisamos evitar a triste realidade do COMUNICADOR versus MANITPULADOR.

“O que diz e como se diz”, no entanto, deve contemplar o pré-requisito do respeito mútuo, onde os fins não justificam os meios, e todos têm preocupação com os fins não justificam os meios, e todos têm preocupação com os interesses comuns.

A qualidade da voz, os sinais que o corpo emite são verdadeiras armas para criar sintonia e induzir pessoas à ação direcionada.

Todo e qualquer processo de manipulação – cujos métodos e técnicas estejam desprovidas de um mínimo de compromisso ético – é repugnante.

Muitos especialistas em técnicas de comunicação ensinam a receita do “espelhamento” do interlocutor, visando tratá-lo segundo as suas expectativas e emitir sinais sutis que imitem a sua postura física. Assim criar-se-ia uma espécie de sintonia entre as duas pessoas, onde lidera quem tem mais poder de expressão e senso de observação.

Apesar da competição em que vivemos, nosso grande objetivo ao treinar a personalidade para se comunicar mais e melhor deve ser a prestação de melhores serviços à humanidade como seres tribais, destinados à vida social.

Nisto não está incluído manipular. Os manipuladores não são comunicativos, são ladrões da liberdade alheia.

Quanto a você, não. Todo dinheiro que ganhar respeitando os outros, poderá gastá-lo com tudo de melhor que há no mundo.

Por isso, descubra o quanto mais você pode ser comunicativo alargando os horizontes.

Não se negue a descobrir o que está bom e o que precisa ser mudado em seu processo de comunicação social, para saber como e onde mudar.

Jamais se esqueça de que “a coisa mais certa de todos as coisas é a mudança permanente” e que quem não tenta mudar para melhor acaba mesmo é se piorando.

No treinamento da comunicação vigora a lei do maior esforço, o poder da repetição. Quanto mais vezes você pensar sobre o assunto e praticar os exercícios, melhor será o resultado.

 

 

 

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